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Uma visita a Aceredo, a aldeia que a seca devolveu à paisagem da Galiza

©José Pedro Martins
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A aldeia submersa de Aceredo, em Ourense, Galiza, tornou-se num local de atracção turística após o esvaziamento acentuado da albufeira do Alto Lindoso. A aldeia, submersa em 1992 pelas águas, encontra-se agora a descoberto devido ao período de seca que se faz sentir na Península Ibérica. Apesar dos riscos apontados pela EDP no que concerne a segurança dos visitantes, José Pedro Martins decidiu aventurar-se e trazer consigo imagens do local, que partilha agora com o P3.

Esforçando-se por evitar uma "horda de curiosos", José Pedro Martins visitou a aldeia num dia da semana, momento em que essa se encontrava praticamente deserta. "Queria sentir-me um habitante de uma aldeia perdida", refere, em entrevista ao P3. "O primeiro impacto é marcante", recorda. "Um sentimento estranho de nostalgia apodera-nos de imediato." O fotógrafo de Vila do Conde descreve Aceredo como um "espaço amplo, largo, árido, quase infinito" onde "o silêncio se torna perturbador".

Após a descida até à aldeia, José Pedro caminhou pelas ruas e ruelas da antiga povoação. "As casas ficam próximas umas das outras e são feitas de fortes blocos de granito", descreve. "Sente-se a vizinhança, os terrenos próximos" que fazem adivinhar a vivência agrícola da população. As habitações encontram-se parcialmente destruídas e alguns objectos, como tachos, talheres, garrafas, roupas, brinquedos, mobiliário, permanecem nos locais onde foram deixados aquando da polémica evacuação da aldeia, em 1992. "Partiram apressadamente as famílias, os humanos, as vidas", discorre. O que permanece, o que resta da "aldeia que renasceu das águas", é a necessidade de auto-reflexão acerca do impacto da obra humana sobre o meio ambiente.

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