Clubes querem antecipar centralização dos direitos televisivos para 2023-24

Linha de crédito até cem milhões de euros será disponibilizada aos clubes a partir de Junho.

Foto
Pedro Proença e Pinto da Costa marcaram presença no lançamento da primeira pedra da Arena Liga Portugal LUSA/FERNANDO VELUDO

A oitava Cimeira de Presidentes dos clubes da I e II Liga de futebol decidiu, esta terça-feira, operacionalizar a negociação centralizada dos direitos televisivos das competições “no mais curto espaço de tempo possível”, apontando a 2023/24.

Numa reunião na Alfândega do Porto, que durou mais de duas horas, participaram dirigentes de todos os clubes primodivisionários e da II Liga, à excepção do Nacional, reunindo 33 sociedades desportivas.

Antes, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) tinha lançado a primeira pedra da Arena Liga Portugal, um projecto inserido na freguesia portuense de Ramalde que está orçado em 18 milhões de euros.

Numa declaração aos jornalistas, o presidente da Liga, Pedro Proença, esclareceu que a discussão versou os direitos televisivos, mas também uma "linha de crédito que pode ir até cem milhões de euros" disponibilizada aos clubes já a partir de Junho.

Esse "financiamento centralizado" assenta num modelo “idêntico” ao da Liga espanhola, esclareceu o dirigente, baseando-se em "receitas potenciais e futuras que a Liga possa, por sua via, centralizar e disponibilizar aos clubes em três programas".

"De um lado, receitas de participação em competições internacionais, e uma grande fatia que advém das apostas desportivas, de que a Liga é receptora. Estando a Liga em condições de garantir a operação junto das entidades financeiras, torna-se muito mais fácil disponibilizando aos clubes o modelo centralizado de financiamento”, declarou.

A centralização dos direitos televisivos foi alvo de análise do director-executivo do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, membro da Liga Centralização, gerando uma discussão que criou a “data aspiracional” de início de funcionamento em 2023/24, com vários modelos a serem alvo de estudo desde a última Cimeira, em Setembro de 2021.

"Foi comunicado formalmente aos clubes a criação das quatro empresas do ecossistema empresarial da Liga, e será na Liga Centralização que serão discutidos os novos modelos de centralização dos direitos audiovisuais”, notou Proença.

Ainda segundo o líder da Liga, este desígnio enfrenta “várias dificuldades” para ser concretizado mais cedo, com a lei a apontar para 2028 como prazo máximo de finalização do processo.

As reuniões com as operadoras e outros accionistas do meio audiovisual têm rendido “grande disponibilidade para todos se sentarem à mesa”, mas “ninguém quer sair a perder”, deixando ainda críticas à falta de apoios direccionados ao futebol no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, marcou presença na Cimeira depois de ter estado ausente do lançamento da primeira pedra da Arena Liga Portugal, tendo sido um dos últimos a comparecer a um encontro que arrancou pouco depois das 16h30.

A Liga Centralização, criada a 2 de Setembro, existe em paralelo com uma outra dedicada à gestão comercial e outra às infraestruturas, tendo reunido pela primeira vez a 7 de Dezembro.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários