O renascer de uma “casa de cidade”, com piscina e jardim, nas Amoreiras

Três pisos, jardim, piscina. Na Rua das Amoreiras, em Lisboa, surge uma casa que, apesar de renovada, quer respeitar a arquitectura local. A intervenção foi assinada pelo atelier lisboeta de Pedro Carrilho.

Fotogaleria

No n.º 43 da Rua das Amoreiras, em Lisboa, nasceu uma casa de três pisos com jardim e piscina. O projecto de reabilitação, levado a cabo pelo atelier do arquitecto Pedro Carrilho, consistiu na recuperação e ampliação de um edifício degradado para habitação própria. “O edifício estava em muito mau estado e a intervenção passou, basicamente, por mudar todo o programa interno da casa, potencializando as características do lugar, do envolvente e do próprio edifício”, contou o arquitecto ao P3.

A entrada está localizada no piso 0, onde se encontra o hall e o escritório. Subindo um piso, encontram-se as áreas comuns: cozinha, sala de jantar e sala de estar, com vista e acesso ao jardim. Nos restantes pisos, existem quartos, suítes e outros espaços. Pedro Carrilho conta que a casa tinha um logradouro nas traseiras, que foi reestruturado. “Colocámos a parte habitacional, sobretudo, do primeiro piso para cima. Isto porque o primeiro piso, onde pusemos as zonas sociais, como sala e cozinha, tirou partido desse logradouro que estava por trás, onde criamos um espaço de jardim com piscina, muito agradável.”

Da obra, destaca-se a requalificação de uma empena, uma parede lateral que servia de encosto para outro edifício, demolido para construir a praça do Ginásio Clube Português. “Achámos, logo desde o início, que esta era a oportunidade de fazermos o remate de quarteirão daquela frente urbana”, adiantou Pedro Carrilho. “Valorizou toda a envolvente e foi bastante elogiado na DGPC [Direção-Geral do Património Cultural]”.

A obra foi pensada para conservar alguns elementos originais do edifício e preservar os traços da arquitectura local. “O que nós fizemos foi, no exterior, manter as características tipológicas de Lisboa”, explica. Nesse âmbito, destaca a preservação de uma balaustrada, previamente existente no topo da casa, já que se trata de um “elemento arquitectónico presente na arquitectura tradicional de Lisboa”. Relativamente aos materiais, foram usadas “cantarias em pedra de lioz” e caixilhos, “de acordo com os padrões da própria cidade, com dois tons”. Por dentro, a casa conta com soalhos de madeira de carvalho e com decoração de interiores da Maison Amarande.

A renovação foi feita a pensar no enquadramento na zona urbana, atendendo, acima de tudo, ao “programa que o cliente tinha proposto”. O fundador do atelier lisboeta refere a satisfação de ver um projecto cumprido, fruto de um trabalho “pormenorizado”. “Achamos que aquele edifício tem mérito; primeiro, do ponto de vista urbano e depois o próprio conceito habitacional. O que se conseguiu ali foi uma casa de cidade, que é uma tipologia muito particular.”

O projecto é um dos candidatos ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana deste ano, cujos vencedores serão conhecidos a 21 de Abril.

Texto editado por Amanda Ribeiro

Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira
Francisco Nogueira