Trump e filhos obrigados a prestar depoimento sobre negócios familiares

Juiz ordenou que o ex-Presidente dos Estados Unidos cumprisse a intimação emitida em Dezembro de 2021, que também abrange os filhos mais velhos. Práticas comerciais nos negócios familiares sob investigação.

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Donald Trump, ex-Presidente dos EUA Reuters/GO NAKAMURA

O ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump e dois filhos devem prestar depoimento judicial dentro de 21 dias, no âmbito de uma investigação civil do estado de Nova Iorque sobre as práticas comerciais nos negócios família Trump, decidiu esta quinta-feira um juiz.

O magistrado Arthur Engoron ordenou que Donald Trump e os filhos mais velhos, Ivanka e Donald Trump Jr., cumprissem as intimações emitidas em Dezembro de 2021 pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James.

Arthur Engoron emitiu a decisão depois de uma audiência de duas horas com advogados dos gabinetes do ex-chefe de Estado e da procuradora nova-iorquina.

“Em última análise, uma procuradora-geral do estado [de Nova Iorque] começa a investigar uma entidade empresarial e descobre muitas evidências de uma possível fraude financeira e quer questionar, sob juramento, vários dos responsáveis pelas entidades, incluindo aquele que dá o nome. Ela tem o claro direito de o fazer”, escreveu o juiz.

É quase certo que os visados irão recorrer da decisão, mas, se for mantida, pode forçar o antigo Presidente a uma decisão difícil sobre responder às questões da Justiça ou ficar em silêncio, citando a Quinta Emenda contra a auto-incriminação.

À agência de notícias AP, porta-vozes de Donald Trump não responderam a um pedido de comentário sobre a decisão.

Letitia James, democrata, disse que a sua investigação descobriu provas de que a empresa de Donald Trump usou avaliações “fraudulentas ou enganosas” de activos, como campos de golfe e arranha-céus, para obter empréstimos e benefícios fiscais.

Donald Trump poderá invocar o seu direito da Quinta Emenda de permanecer em silêncio no depoimento. Mas o advogado de defesa criminal de Donald Trump, Ronald Fischetti, disse que se o antigo chefe de Estado o fizesse ainda poderia prejudicar uma potencial defesa criminal — este caso é civil e não criminal.

O ex-Presidente norte-americano Donald Trump e os seus dois filhos mais velhos foram intimados pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, para depor no âmbito da investigação em curso sobre os negócios da família.

As intimações de Trump, do filho Donald Trump Jr. e da filha Ivanka Trump, resultam de uma investigação “à avaliação de propriedades pertencentes ou controladas” por Trump e a sua empresa, a Trump Organization, lê-se no documento judicial hoje tornado público, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP).

A tentativa da procuradora-geral de obter o depoimento do ex-Presidente norte-americano foi noticiada em Dezembro, mas a acção judicial divulgada esta quinta-feira foi a primeira indicação de que os investigadores estão também a recolher informação sobre Ivanka e Donald Jr..

Espera-se agora que a família Trump inicie procedimentos judiciais para anular as intimações, desencadeando uma disputa legal semelhante à registada no ano passado depois de o gabinete de Letitia James ter intimado outro filho de Trump.

Trump processou James em Dezembro, tentando pôr fim à investigação depois de ela o ter intimado a comparecer a 7 de Janeiro para um depoimento.

A acção judicial de Trump, intentada num tribunal federal, alega que a investigação violou os seus direitos constitucionais “num esforço mal disfarçado para difamar publicamente Trump e os seus associados”.

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