Tribunal indiano condena 38 pessoas à morte pelos atentados de 2008

Julgamento arrastava-se há mais de dez anos e os seus desenvolvimentos expuseram as fissuras entre as comunidades hindus e muçulmanas na Índia.

Foto
Perseguições aos muçulmanos na Índia têm-se intensificado e levado a intervenções várias da polícia indiana Mukesh Gupta

Um tribunal indiano condenou nesta sexta-feira 38 pessoas à morte no julgamento dos atentados à bomba de Ahmedabad, em 2008, na região Ocidental da Índia, que mataram 56 pessoas e deixaram feridas mais de 200.

Outros 11 acusados foram condenados a prisão perpétua, disse aos jornalistas o procurador-especial Amit Patel.

Há dez dias, já tinham sido condenadas 49 pessoas por homicídio e conspiração. O tribunal absolveu outros 28 acusados, por falta de provas.

Setenta e sete pessoas estiveram no banco dos réus, num julgamento que se arrastou quase dez anos, durante o qual foram chamadas mais de 1100 testemunhas.

Os ataques foram reivindicados pela organização fundamentalista islâmica Indian Mujahideen, numa retaliação aos motins de 2002 em Ahmedabad, no estado de Gujarat, nos quais morreram cerca de duas mil pessoas, principalmente muçulmanos.

A violência foi desencadeada pela morte de 59 hindus num incêndio num comboio, cuja responsabilidade foi inicialmente imputada à comunidade islâmica.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, era o chefe do governo do estado de Gujarat naquela altura, e foi acusado de inacção face à violência.

Em 2008, a Índia foi atingida por uma onda de explosões, em Nova Deli e na cidade turística de Jaipur, reivindicada pelos Indian Mujahideen.

Em Novembro do mesmo ano, em Mumbai, a capital financeira da Índia, 166 pessoas foram mortas e centenas feridas em três dias de ataques com espingardas de assalto AK-47 e granadas, desencadeado por um grupo extremista baseado no Paquistão.

Sugerir correcção
Comentar