7 dias, 7 fugas: sabores do rio, arte primitiva, sopas e descanso para chegar a bom porto

Barcelos e Vila Nova da Barquinha entregam-se à lampreia e ao sável, Lisboa vai à Nauticampo e entra na Conferência de Ausentes, Foz Côa mostra arte primitiva, Setúbal vai de nau e caravela e Sernancelhe serve um festival de sopas e ranchos.

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Mês do Sável e da Lampreia em Vila Nova da Barquinha Município de Vila Nova da Barquinha
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Em Lisboa, a Nauticampo abre Caminho para a Aventura DR/Arquivo FIL
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Fim-de-Semana da Lampreia do Rio Cávado em Barcelos DR
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Em Vila Nova de Foz Côa, está à vista A Arte Pré-Histórica da Rocha ao Museu Angel Martínez Levas/Cortesia Museu Arqueológico Nacional
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O Porto de Setúbal recebe a caravela Vera Cruz e a nau Santa Maria Nuno Lobo Paulo
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Em Lisboa, o colectivo Rimini Protokoll apresenta Conferência de Ausentes Sebastian Hoppe

Sábado, 19: Barcelos abre a boca à lampreia

Aberta a época da lampreia, os apreciadores não costumam faltar à oportunidade de degustar o particular sabor destes ciclóstomos, conhecidos por despertar paixões e ódios em doses iguais. De 18 a 20 de Fevereiro, Barcelos entra no mapa de degustação, com o Fim-de-Semana da Lampreia do Rio Cávado. O petisco é servido nas mais variadas formas, venha com arroz ou à bordalesa, no forno ou grelhado, por duas dezenas de restaurantes da terra (mapa disponível aqui), que se associaram à iniciativa. A autarquia leva os créditos também para fora da mesa, com uma caminhada no Trilho do Penedo do Ladrão e uma tertúlia na Casa da Azenha sobre a pesca da lampreia (sábado, respectivamente às 8h30 e às 15h).

Domingo, 20: Lisboa abre Caminho para a Aventura

A Nauticampo – Salão Internacional de Navegação de Recreio, Desporto Aventura, Caravanismo e Piscinas volta a instalar-se nos pavilhões da FIL, no Parque das Nações (Lisboa), entre 16 e 20 de Fevereiro. À espera dos visitantes desta 52.ª edição estão mais de 120 expositores a abrir Caminho para a Aventura, o tema que norteia a feira deste ano. Barcos, motores, caravanas, autocaravanas, mobil homes, casas de madeira, tendas, desporto aventura, piscinas, spas, acessórios e serviços compõem a montra, num programa que destaca as estações náuticas de Aveiro, Faro, Moura, Comunidade Intermunicipal do Oeste e congénere do Alto Minho, destinos como Arrábida, Castelo do Bode, Alpiarça, Seixal ou Arouca e a experiência do glamping. As portas estão abertas sexta, das 14h às 22h; sábado, das 10h às 22h; e domingo, das 10h às 20h. Os bilhetes custam 5€ (grátis até aos dez anos). Programa detalhado e outras informações aqui.

Segunda, 21: Barquinha de sável

Com uma edição de 2021 confinada ao serviço de take-away, o Mês do Sável e da Lampreia de Vila Nova da Barquinha embarca na 28.ª edição de prato cheio, com lugar sentado à mesa de cinco restaurantes locais: Almourol, Loreto, Ribeirinho, Stop e O Trindade. A mostra gastronómica decorre entre 19 de Fevereiro e 27 de Março e traz receitas tradicionais como lampreia acompanhada com arroz de cabidela ou arroz de cogumelos, ou sável frito com açorda de ovas. Os sabores podem ter vista para o património: ao fim-de-semana, cada dose vale um bilhete para passear de barco e visitar o Castelo de Almourol ou o Centro de Interpretação Templário.

Terça, 22: a arte primitiva do Côa

Em Vila Nova de Foz Côa, está à vista A Arte Pré-Histórica da Rocha ao Museu. Com curadoria de Eduardo Galán, Juan Antonio Martos e Ruth Maicas, a exposição de arte primitiva patente no Museu do Côa até 12 de Maio resulta de uma parceria entre a Fundação Côa Parque e o Museu Nacional de Arqueologia de Madrid (Espanha). Assinala o centenário da mostra Exposición de Arte Pré-histórico Español, apresentada na capital espanhola em 1921, que “marcou o início da difusão em larga escala da arte mais antiga criada pelos seres humanos”, refere a nota de imprensa. Cartazes, publicações, fotografias, desenhos, pinturas e artefactos estão entre as cerca de 300 peças que compõem a exposição, que pode ser visitada de terça a domingo, entre as 9h e as 17h30 (excepto de Março a Maio, até às 18h; e de Junho a Setembro, até às 19h). A entrada custa 7€.

Quarta, 23: Setúbal duplamente a bordo

Uma é lusa, outra é espanhola. Ambas são réplicas de embarcações icónicas dos tempos da expansão marítima ibérica e estão ancoradas no Porto de Setúbal, à espera de visitantes. A oportunidade é para explorar, de proa a popa, a espanhola Santa Maria, que recria a maior das naus que transportou a expedição de Cristóvão Colombo até à América, e a caravela-escola portuguesa Vera Cruz, feita à imagem de navios como aquele em que, por exemplo, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança. É a primeira vez que se apresentam em dupla, cortesia do projecto Exploraterra. Para as conhecer (gratuitamente), basta aparecer no Cais 2, junto à Doca dos Pescadores, de 23 a 27 de Fevereiro, entre as 10h e as 18h. Acrescenta a autarquia que as visitas também “proporcionam a partilha de conhecimentos sobre as técnicas de navegação dos portugueses, as rotas comerciais e de exploração e a vida a bordo”.

Quinta, 24: presentes em Lisboa, mas sem pegada

Como fazer uma peça de alcance internacional sem (quase) deixar pegada ambiental? Com uma Conferência de Ausentes. O colectivo berlinense Rimini Protokoll, que já vimos pegar em estatísticas e habitantes de várias cidades para lhes traçar o retrato (caso de 100% Lisboa e 100% Porto) e andar por casas particulares a fazer um espectáculo-jogo interactivo para perceber o significado de ser europeu (Europa em Casa), foi desta vez assaltado pela questão ecológica. Fazendo jus a um currículo que “tem expandido os meios do teatro para criar novas perspectivas sobre a realidade”, como sublinha a nota de imprensa, chegou a uma resposta simples: “um espectáculo sem intérpretes, que só acontece se o público quiser participar”. Evitados os voos e outras fontes de emissões poluentes, o que acontece nesta conferência-performance é que os oradores – chamados a oferecer “contribuições e teses contraditórias sobre as consequências da globalização”, mas impedidos de estar presentes – surgem enquanto personagens encarnadas pelos espectadores-actores, que recebem o guião antes de tudo começar. Desta apropriação resulta, naturalmente, que cada sessão se torna única. Depois de se ter estreado em Dresden e de ter passado por Madrid, Roma, Veneza, Luxemburgo, Bruxelas e outras paragens, chega agora a Lisboa, para se instalar no Teatro do Bairro Alto, entre 23 e 26 de Fevereiro, às 19h30, com bilhetes a 12€. Quem quiser levar a experiência mais longe pode ainda participar na Academia de Ausentes, um workshop sobre a “técnica de telepresença performativa”, com foco em “questões de ausência, visibilidade, representação e resistência nos centros e periferias da cidade pós-colonial” (dia 25, das 10h30 às 17h, com entrada livre mas inscrição obrigatória).

Sexta, 25: em Sernancelhe, sopas e ranchos

Entre 25 e 27 de Fevereiro, é com sopas e ranchos que Sernancelhe faz a festa. Com a missão de promover o território e a gastronomia local, e a “intenção de renovar hábitos antigos” declara o município na nota de apresentação, o Expo Salão é palco do Festival de Sopas e Encontro de Ranchos, que conta já com oito edições no tacho e que aqui abre a cortina do programa de comemorações dos 30 anos da Festa da Castanha, emblema da terra. À prova, gratuitamente, estão as sopas de 16 associações do concelho, harmonizadas com a actuação dos grupos folclóricos. O certame está aberto a partir das 18h (sexta) e das 11h (sábado e domingo).

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