O bebé de 13 meses internado com covid-19 desde a madrugada de dia 5 nos cuidados intensivos do Hospital de São João, no Porto, “está bem” e já não está ligado ao ventilador, ou seja, já respira sozinho, disse esta quarta-feira a directora clínica.

“Foi possível retirá-lo de ECMO [Oxigenação por Membrana Extracorporal] ao fim de cinco dias e ontem [terça-feira] o bebé foi extubado. Neste momento o bebé está bem”, disse a directora clínica do Centro Hospitalar e Universitário São João (CHUSJ), Maria João Baptista.

Trata-se de um bebé de 13 meses que esteve internado no Centro Materno Infantil do Norte (CMIN) por covid-19, mas teve que ser transferido para o São João por “alterações cardíacas”.

Em conferência de imprensa, a médica, que apareceu junto dos jornalistas referindo de imediato que trazia “boas notícias”, adiantou que o bebé vai, para já, permanecer nos cuidados intensivos, onde ainda está a ser “estudado”, para perceber “como vai evoluir nos próximos dias”.

Questionada pelos jornalistas quanto à duração esperada da permanência do bebé nos cuidados intensivos, a directora clínica não se comprometeu com uma data, adiantando que a saída estará para breve. “Não vai estar muito mais dias nos cuidados intensivos”, garantiu.

“Só desde ontem [terça-feira] está a respirar sozinho [sem ventilador] portanto vamos dar tempo ao bebé para recuperar. Não vamos ter pressas”, sintetizou.

Maria João Baptista referiu que tinha já visto o bebé esta manhã e que este estava “simpático e com os olhinhos abertos, a mexer os bracinhos e tudo”. “É um bebé muito querido. Estamos todos muito felizes”, disse Maria João Baptista.

A médica adiantou que o bebé, que continua a testar positivo à covid-19, vai agora ser submetido a exames e estudos genéticos.

Quando entrou no hospital, o bebé tinha “uma anomalia de ritmo muito grave que colocava a sua vida risco, que fazia com que o bebé estivesse numa situação de choque, de insuficiência circulatória e, por esse motivo, teve de ser ligado a um ventilador, teve de ser colocado em ECMO e logicamente entrou em UCI”, recordou ainda a médica aos jornalistas. A ECMO é uma técnica de suporte de vida extracorporal que substitui os pulmões e o coração.

Oito outras crianças também internadas, mas covid-19 não é a causa de hospitalização

No CHUSJ estão mais oito crianças em enfermaria infectadas pelo SARS-CoV-2, todas “internadas não pela covid-19, mas por outras patologias, nomeadamente patologia oncológica”, acrescentou a directora clínica.

Maria João Baptista revelou que recentemente esteve internada em cuidados intensivos uma criança de dez anos, vacinada, que não precisou de ser ventilada, mas necessitou de recorrer àquele serviço por falência de órgão.

“Nunca é demais recordar que não temos de estar alarmados, mas temos de estar atentos. A covid-19 é uma doença que nas crianças, a maior parte das vezes corre muito bem. A maior parte das crianças são assintomáticas ou têm doença muito leve, mas, na dúvida, deve ser procurado o apoio médico de forma precoce, porque existem formas graves da doença e quanto mais rápido actuarmos, melhor será o prognóstico”, disse a médica em jeito de apelo.