Novo CEO do Twitter tira “algumas semanas” de licença de paternidade

Parag Agrawal, 37, pretende manter o contacto com a sua equipa e, por isso, não nomeou um CEO interino.

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De acordo com o Gabinete de Estatísticas do Trabalho dos EUA, apenas 23% dos trabalhadores norte-americanos tiveram acesso a uma licença paga, em Março de 2021 Jochen van Wylick/Unsplash

Está há menos de três meses à frente dos destinos do Twitter e, numa reunião, anunciou que vai tirar uma licença de paternidade de “algumas semanas”, confirmou a empresa ao The Washington Post. Parag Agrawal, 37, pretende manter o contacto com a sua equipa e, por isso, não nomeou um CEO interino.

“No Twitter, incentivamos e apoiamos completamente os funcionários que tiram licença parental da maneira que for melhor para cada um”, responde Laura Yagerman, chefe de comunicações corporativas da empresa de tecnologia, em comunicado. A empresa paga até 20 semanas de licença. “É uma decisão pessoal, e criamos um programa de licença parental (que suporta até 20 semanas de licença flexível) que é personalizável por esse motivo”, acrescenta.

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A empresa que Parag Agrawal lidera permite aos seus trabalhadores tirar uma licença parental DR

A decisão de Parag Agrawal é um bom exemplo, considera Joelle Emerson, co-fundadora e CEO da Paradigm, também ouvida pelo Washington Post. “Acho que homens e líderes, em particular, ao terem esse comportamento definem um tom que pode capacitar pessoas de todos os géneros a tirar uma licença, desde que os apoiem nos seus trabalhos”, salvaguarda.

De acordo com o Gabinete de Estatísticas do Trabalho dos EUA, apenas 23% dos trabalhadores norte-americanos tiveram acesso a uma licença paga, em Março de 2021. Esses números são mais baixos em sectores como os dos transportes e serviços.

Além de estas licenças não serem pagas também existe um preconceito em relação a quem as tira — daí a decisão de Parag Agrawal ser uma notícia —, por exemplo, o ano passado, o apresentador da Fox News, Tucker Carlson, criticou o secretário dos Transportes Pete Buttigieg, por se despedir depois de se ter tornado pai de gémeos adoptivos.

O ano passado, os democratas estavam a trabalhar numa proposta para um programa federal de licença médica e familiar paga, como parte do seu pacote de gastos sociais, mas acabaram por ter uma forte oposição.

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