Estima-se que a linhagem BA.2 da Ómicron represente mais de 24% dos novos casos em Portugal

A BA.2 é uma das linhagens conhecidas da variante Ómicron e tem vindo a aumentar a sua frequência relativa em Portugal.

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Representação do coronavírus SARS-CoV-2 NIAID

Estima-se que a linhagem BA.2 represente 24,3% dos novos casos de infecção de SARS-CoV-2 desta segunda-feira em Portugal, refere-se no mais recente relatório sobre a situação da diversidade genética do coronavírus SARS-CoV-2 no país, divulgado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).

A BA.2 é uma das linhagens conhecidas da variante genética Ómicron e tem vindo a aumentar a sua frequência relativa em Portugal, tal como tem acontecido noutros países. Em Portugal foi detectada pela primeira vez nas amostragens analisadas por sequenciação genómica na semana entre 27 de Dezembro de 2021 e 2 de Janeiro de 2022. Desde aí, tem vindo a crescer aos poucos.

Se considerarmos os últimos dados das amostras da sequenciação genómica (que têm sempre um atraso de alguns dias), a BA.2 representava cerca de 8,6% das amostras na semana entre 31 de Janeiro e 6 de Fevereiro (sendo que estes dados ainda estão a ser analisados). Mas, para se saber qual será o seu valor mais actual, fez-se a monitorização indirecta através da proporção de amostras positivas não-SGTF.

O que quer isto dizer? A outra variante da Ómicron detectada em Portugal e é dominante (a BA.1) tem sido seguida através da monitorização em tempo real de uma falha de detecção de um gene do coronavírus a partir de amostras de alguns laboratórios. Esta segunda-feira, a BA.1 representava 75,7% dos novos casos de infecção. “Os dados revistos e actualizados à data do presente relatório mostram uma tendência decrescente na proporção de amostras positivas com ‘falha’ na detecção do gene S (SGTF; perfil indicador de caso provável BA.1), registando-se uma frequência estimada de 75,7% ao dia 14 de Fevereiro”, lê-se na nota sobre o relatório.

Portanto, os cerca de 24% que restavam poderiam ser da BA.2 (que não tem a tal falha no gene S) ou da variante Delta, mas a circulação da Delta já é muito baixa (menos de 1% na quinta semana do ano). Assim, as amostras que não pertencem à BA.1 deverão ser da BA.2. Estima-se assim que a BA.2 “represente 24,3% das amostras positivas ao dia 14 de Fevereiro de 2022”, refere-se na nota.

É este o retrato mais recente da diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal. Desde o início de Junho de 2021 que o Insa tem vindo a analisar, em média, 524 sequências do SARS-CoV-2 por semana. Essas amostras são provenientes de laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 133 concelhos por semana. Até à data, foram analisadas 26.649 sequências do genoma do SARS-CoV-2.

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