Em segundos, a placa do CDS-PP saiu das paredes da Assembleia da República – que o partido abandona ao fim de 47 anos

Sala ocupada pelos centristas será agora entregue ao Chega. Resultados eleitorais das eleições legislativas de 30 de Janeiro mudaram de forma visível a configuração do parlamento.

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Funcionário com placa do CDS-PP Lusa/Mário Cruz
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Alterações feitas esta quinta-feira na Assembleia da República Lusa/Mário Cruz
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CDS-PP sai do Parlamento ao fim de 47 anos Lusa/Mário Cruz
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O CDS-PP esteve na Assembleia da República 47 anos, mas foram precisos poucos segundos esta quinta-feira para que a placa que indicava o grupo parlamentar centrista fosse retirada da porta da sala, no Andar Nobre, que agora será do Chega.

Os resultados eleitorais das eleições legislativas de 30 de Janeiro mudaram de forma visível a reconfiguração do parlamento, com CDS-PP e PEV a perder a sua representação e a deixar a Assembleia da República na legislatura que agora termina.

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Mário Cruz/Lusa

Se no hemiciclo as mudanças serão visíveis – o desaparecimento de partidos, o crescimento do Chega e da IL ou a queda do BE, PCP e PAN, por exemplo – também nos corredores e nas salas do parlamento estes resultados obrigaram a mudanças de fundo.

Ainda não eram 10h30 quando um funcionário do parlamento, com um saco branco na mão, se aproximou da entrada da sala que o CDS-PP vai ter agora que entregar ao Chega –​ e que era sua há décadas – para retirar a placa que indicava que aquele era o espaço dos centristas.

O momento simbólico – eternizado por duas câmaras de televisão e duas máquinas fotográficas – durou poucos segundos e, com recurso a uma chave de fendas, o funcionário do parlamento arrancou a placa onde se podia ler “Grupo Parlamentar do Partido Popular (CDS/PP) – Presidente”.

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Na parede restam agora – até entrar a próxima placa – dois pequenos buracos que indicam que ali existiu algo que já não estará mais na legislatura que começará em breve.

Mas não foi só na sala do CDS-PP que aconteceram mudanças. Uns metros ao lado, no mesmo corredor, também o BE – que passou de 19 para cinco deputados – deixou a Sala Lisboa para a entregar à IL – que deixou a condição de deputado único para um grupo parlamentar de oito deputados.

Ao longo dos últimos dias, pelos corredores do parlamento, circularam carrinhos com documentos, pastas e mobília, tendo também o BE esvaziado a sua sala e ficando, neste andar nobre, apenas com uma sala contígua que já era sua e que servirá como o espaço dos bloquistas neste piso.

O mesmo funcionário – com o mesmo saco branco e a mesma chave de fendas - voltou alguns minutos depois e fez à placa do BE o mesmo que tinha feito à do CDS-PP, com a diferença que a dos bloquistas permanecerá noutro espaço mais reduzido, tal como seu grupo parlamentar.

A agência Lusa questionou o gabinete do Secretário-Geral da Assembleia da República sobre esta reorganização espacial do parlamento na sequência das eleições, tendo sido explicado que os grupos parlamentares do PS e do PSD “mantêm os gabinetes que ocupam nos quatro pisos do Novo Edifício bem como os que ocupam no Andar Nobre, junto ao Hemiciclo”.

O PS, que com a maioria absoluta conseguida aumentou o número de mandatos, passa ainda a ocupar os gabinetes que o PAN e o PEV tinham no corredor entre a Biblioteca e o Novo Edifício.

Já o Chega, agora terceira força política e com 12 deputados, além de ficar com o espaço do CDS, vai manter os gabinetes que tinha como deputado único na Sobreloja do Palácio, bem como mais sete gabinetes no mesmo espaço.

O grupo parlamentar da IL, para além da sala que era do BE no Andar Nobre, ficará com seis gabinetes na Sobreloja, entre o Andar Nobre e o piso das comissões parlamentares no rés-do-chão.

A Sobreloja também acolherá os deputados únicos dos deputados únicos do PAN e do Livre.

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