Oni lança rede de fibra óptica para disputar mercado das PME

Empresa de comunicações empresariais controlada pela espanhola Gigas volta-se para o segmento “muito desatendido” das pequenas e médias empresas (PME) com uma oferta de banda larga de 10 Gbps, sem fidelização.

Foto
Oni quer investir 30 milhões de euros em fibra até 2025 Reuters/Alessandro Bianchi

A operadora de telecomunicações Oni, controlada pelo grupo espanhol Gigas, lançou esta quinta-feira um serviço com que promete garantir às PME uma oferta de Internet com velocidades e requisitos técnicos que, diz, até hoje apenas têm estado ao alcance de empresas com capacidade para pagar “várias centenas ou milhares de euros por mês”.

São 10 Gigabits por segundo (Gbps) simétricos, ou seja, tanto na velocidade de download como no upload de dados, e uma latência (tempo de resposta) de um a dois milissegundos, graças a uma nova rede de fibra de utilização exclusiva para as empresas, que lhes garante maiores larguras de banda porque não têm de concorrer com os usos intensivos do segmento residencial, como os jogos online e as plataformas de streaming.

Esta oferta de banda larga da Oni não exige fidelização, tem um custo mensal de 250 euros por mês (com um preço de entrada de 25 euros, para os 250 Mbps) e visa dar resposta às necessidades de um “segmento muito desatendido em Portugal”, que é o das PME, sinalizou o presidente executivo e co-fundador do grupo Gigas, Diego Cabezudo, num encontro com a imprensa.

A Oni, que já pertenceu, entre outros, aos grupos Altice e Más Móvil, considera esta oferta “um marco histórico”, que permite levar “a mais alta tecnologia” às PME. Trata-se de “democratizar uma oferta de 10 Gbps” e ajudar as empresas mais pequenas na sua transformação digital, assinalou o presidente executivo da empresa, Nuno Saraiva.

Com esta solução (baseada na tecnologia XGS-PON-10 (X) Gigabit Symmetrical Passive Optical Network) “abre-se um leque de possibilidades” para as empresas que têm entre os quatro e 250 trabalhadores e que passam a ser um “objectivo prioritário” da operadora (que até agora tinha concentrado a sua actividade no segmento das grandes empresas), com esta rede de fibra óptica “topo de gama”.

A sua quota nos pequenos negócios é “muito baixa”, como assume o presidente do grupo Gigas, que comprou a Oni em 2020, e que se diz muito optimista relativamente à “forma positiva como os clientes vão acolher a oferta”.

A proposta comercial da Oni – que tem uma oferta integrada de serviços de comunicações que incluem a conectividade, os serviços na cloud, a voz fixa e móvel (suportada em cima da rede Meo) e a cibersegurança – assenta numa rede FTTP (fiber to the premise), assente por sua vez na rede de fibra que a operadora tem vindo a construir ao longo dos anos (boa parte de um investimento de 550 milhões de euros nos últimos 20 anos).

Diego Cabezudo assegura que os três grandes operadores do mercado (Meo, Nos e Vodafone) não serão capazes de replicar no imediato uma oferta com estas características porque isso os obrigaria a “mudar todo o hardware” das suas redes para ter capacidade de oferecer velocidades maiores.

A empresa propõe-se a investir 30 milhões de euros até 2025 com o objectivo de chegar às 120 mil empresas em Portugal (das quais 52 mil dentro daquele que passa agora a ser o seu target de clientes empresariais – aqueles com entre quatro a 250 trabalhadores). No arranque, a rede FTTP da Oni deverá cobrir cerca de 25 mil empresas.

O serviço estará também disponível nos parques empresariais e zonas de retalho de Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Setúbal e Viseu.

Sugerir correcção
Comentar