Os deputados do nosso Parlamento

O povo que o Parlamento representa não é todo feito de doutores, engenheiros e economistas. Também há agricultores, artistas, operários, desempregados, estudantes e “domésticos/as”. Uma relação assim desigual e distante entre as elites que mandam e as bases que obedecem não é saudável para a democracia.

Fruto das circunstâncias, em 20 anos de contactos institucionais tive oportunidade de me reunir com dezenas de deputados de todos os partidos, em momentos de maior ou menor controvérsia e diferentes conjunturas político-partidárias. Entre pessoas de quem seria facilmente amigo e pessoas com quem não faria amizade, encontrei de tudo, como é próprio da diversidade da natureza humana. Nesta ocasião, expresso aqui uma palavra de apreço e agradecimento a três deputados que agora deixam o Parlamento e com quem me cruzei muitas vezes para tratar de assuntos da justiça: João Oliveira e António Filipe do PCP e José Manuel Pureza do BE. Mais libertos daquelas responsabilidades que forçam os calculismos táticos e os jogos de sombras, vi sempre neles as marcas do “profissionalismo” e seriedade que enobrecem a função parlamentar: competência, informação, interesse, colaboração e lealdade. Ideologias à parte, lamento que não tenham sido eleitos, porque o Parlamento fica mais pobre.

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