EUA aprovam negócio no valor de cem milhões de dólares para actualizar mísseis de Taiwan

A China condenou decisão e disse que vai tomar “medidas apropriadas” para “salvaguardar os seus interesses de segurança”.

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Taiwan quer modernizar as suas capacidades militares perante a ameaça da China ANN WANG / Reuters

Os Estados Unidos aprovaram uma venda no valor de cem milhões de dólares em equipamento e serviços para Taiwan para “sustentar, manter e melhorar” o sistema de defesa de mísseis Patriot, disse o Pentágono. A decisão motivou ameaças de retaliação por parte de Pequim.

A China, que reivindica a soberania sobre Taiwan, manifesta objecções frequentes às vendas de armamento dos EUA à ilha.

Um comunicado da Agência de Cooperação em Segurança e Defesa dos EUA disse ter entregado uma certificação que notifica o Congresso da aprovação da venda pelo Departamento de Estado, que foi proposta pela representação diplomática de Taiwan em Washington.

As actualizações do Sistema de Defesa Aérea Patriot vão “ajudar a melhorar a segurança do receptor e vão apoiar a manutenção da estabilidade política, o equilíbrio militar e económico, e o progresso na região”, disse a agência.

“A venda proposta serve os interesses nacionais, económicos e securitários dos EUA, ao apoiar os esforços contínuos do receptor para modernizar as suas forças armadas e para manter uma capacidade de defesa credível”, acrescenta o mesmo comunicado.

Os principais fornecedores serão a Raytheon Technologies e a Lockheed Martin.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros taiwanês saudou a decisão. “Perante a expansão militar continuada da China e as suas acções provocatórias, o nosso país irá manter a sua segurança nacional através de uma defesa sólida, e vai continuar a aprofundar a parceria de segurança entre Taiwan e os Estados Unidos”, disse num comunicado.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, manifestou uma forte condenação. “A China irá adoptar as medidas apropriadas e obrigatórias para salvaguardar de forma firme a sua soberania e os interesses de segurança”, afirmou.

Questionado pelos jornalistas sobre que medidas vão ser tomadas pela China, Zhao disse: “Peço a todos que esperem para ver.”

No passado, a China impôs sanções à Lockheed Martin e a outras empresas norte-americanas por venderem armas a Taiwan, mas não é claro de que forma é que essas punições foram aplicadas.

Os responsáveis pela Defesa de Taiwan disseram que decisão de adquirir novos mísseis Patriot foi tomada durante um encontro com uma delegação de dirigentes da Administração de Donald Trump em 2019. O acordo deve “entrar em vigor” dentro de um mês, segundo as autoridades taiwanesas.

A ilha governada democraticamente tem-se queixado das repetidas missões da Força Aérea chinesa dentro da sua zona de defesa aérea, algo que Washington interpreta como um esforço de Pequim para pressionar Taipei a aceitar a sua soberania.

Os Estados Unidos, tal como a maioria dos países, não têm relações oficiais com Taiwan, mas Washington é o seu maior apoiante e é obrigado por lei a fornecer os meios para a sua defesa. Os responsáveis dos EUA têm insistido para que Taiwan modernize as suas forças militares para que se torne um “porco-espinho”, difícil para a China atacar.

No mês passado, o embaixador da China em Washington avisou que as duas superpotências podem acabar envolvidas num conflito militar se os EUA encorajarem a independência de Taiwan.

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