Academia de Amadores de Música está em risco de perder a sua sede. Câmara diz estar a acompanhar

Centenária instituição está em risco de ter de sair da sua sede no Chiado. Câmara diz estar a acompanhar o caso, assim como diz que está a estudar soluções para a Hemeroteca Municipal de Lisboa.

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Academia de Amadores de Música foi fundada em 1884 Adriano Miranda

A Câmara de Lisboa diz estar “a acompanhar de perto” a situação da centenária Academia de Amadores de Música, que está em risco de perder a sua sede no Chiado.

A garantia foi deixada pelo vereador da Cultura, Diogo Moura, que respondia a uma recomendação subscrita por dois deputados independentes na Assembleia Municipal de Lisboa esta terça-feira. Nesse documento, os deputados Miguel Graça e Daniela Serralha pedem ao município que assegure “uma situação definitiva para esta escola de música numa localização compatível com as actividades desenvolvidas por esta Academia”, caso se venha a confirmar que a instituição tem de deixar a sua sede.

No documento, os deputados contam que o proprietário do prédio, onde se situa a Academia há 65 anos, já informou a instituição que não pretende renovar o contrato de arrendamento, sendo sua intenção colocar o imóvel à venda.

Se tal se verificar, a Academia terá de deixar as instalações no final de 2023. Depois dessa data, ficará sem qualquer protecção, temendo ter de desocupar as instalações, onde são leccionadas “15 classes de instrumento, uma orquestra de câmara, um ensemble de sopros, um ensemble de cordas, um grupo de música barroca, um coro de pequenos cantores e um coro de câmara, para além da participação histórica do Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música”.

Segundo os deputados, a Academia não terá condições financeiras para comprar o edifício.

Na resposta à intervenção do deputado Miguel Graça, o vereador da Cultura disse ter já marcada uma reunião com a direcção da academia na próxima semana. Diogo Moura disse ainda que “está a acompanhar a situação do ponto de vista macro”, uma vez que, como tem vindo a acontecer, é expectável que outras instituições históricas venham a ter semelhante destino.

Na resposta a outra recomendação apresentada pelo Partido Ecologista Os Verdes sobre a falta de condições da Hemeroteca Municipal de Lisboa — cujo espólio está provisoriamente desde 2013 num prédio de habitação nas Laranjeiras e numa garagem nos Olivais —, o vereador disse que o município está a analisar alternativas “que não sejam paliativas”. Tal poderá passar, como chegou a ser anunciado pelo anterior executivo, pela sua instalação, assim como do arquivo municipal, no Convento de Chelas, em Marvila, ou num edifício construído para esse propósito. Neste momento, estão a ser “avaliados os custos” destas opções.

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