À esquerda e à direita do rei

O que é admirável nas posições de Olympe de Gouges é que, sendo revolucionária, não perde sentido do horizonte, onde inclui os direitos dos soberanos derrotados pela história.

Foto
Abertura dos Estados Gerais em Versailles, a 5 de Maio de 1789 Fine Art Images/Heritage Images/Getty Images

Há cerca de 230 anos, depois de décadas de guerras difíceis e dispendiosas, o reino da França mergulha numa grave crise económica. São convocados os Estados Gerais, a assembleia que reúne representantes dos três Estados. À esquerda do rei, sentam-se os representantes do terceiro estado, reivindicando direitos políticos e exigindo como solução para a crise uma melhor e mais justa distribuição da riqueza. À direita do rei, sentam-se o clero e a nobreza, que lutam para manter os seus privilégios, entre os quais, o regime de isenção contributiva. Há fome entre os camponeses, e os comerciantes burgueses das cidades, inspirados por valores iluministas e pelo exemplo da revolução Americana, encabeçam um movimento que resulta na implantação da primeira República do continente europeu. Um dos pontos altos da revolução é a escrita da Constituição francesa de 1791 que incorpora a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão — aprovada à esquerda do rei.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 9 comentários