Costa Rica vota em eleições com número recorde de candidatos

Voto serve para escolher Presidente e para eleger os 57 deputados da Assembleia Legislativa. Segunda volta, a 3 de Abril, é muito provável.

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O voto do ex-Presidente José María Figueres Marco Monge/EPA

Os costa-riquenhos começaram este domingo a votar para escolher o sucessor do actual Presidente, Carlos Alvarado Quesada, mas com 25 candidatos é muito pouco provável que a votação permita eleger um novo chefe de Estado sem uma segunda volta, marcada para 3 de Abril.

Segundo uma sondagem da Universidade da Costa Rica, nenhum candidato, incluindo o antigo Presidente José María Figueres, deverá consegui reunir mais de 40% dos votos, o mínimo para evitar uma segunda votação entre os dois preferidos pelos eleitores.

Figueres, que esteve no poder entre 1994 e 1998, com o apoio do Partido Nacional de Libertação, centrista, lidera as sondagens com cerca de 17% de intenções de voto.

Alvarado Quesada, de centro-esquerda, chegou ao cargo no país da América Central em 2018 e não pode ser reeleito. Depois de dois mandatos, o seu partido Acção Cidadã não chega a 1% na sondagem da Universidade da Costa Rica.

Um terço dos eleitores na nação de 5 milhões não decidiu o seu voto antes de domingo.

“O meu negócio caiu muito por causa dos maus governos que temos tido. Antes, as pessoas costumavam sair à rua em apoio dos partidos políticos”, diz Victor Morales, de 56 anos, que vende bandeiras e é um dos indecisos.

Com tantos nomes no boletim, é difícil encontrar propostas credíveis para atacar o desemprego, afirma, por seu turno, Rosemary Chavez, dona de uma pequena mercearia em Puntarenas, cidade na costa do Pacífico. “Há muitas pessoas zangadas”, garante. “Quero que as coisas melhorem, que o governo funcione bem”, disse Enrique Romero, um trabalhador da construção de 52 anos, decidido a votar em Figueres.

A Costa Rica é considerada um dos países mais progressistas da região, com uma taxa de alfabetização de 97,5% e sistemas de educação e saúde com a qualidade dos países ricos. Mas o país que se orgulha do seu pacifismo, numa das regiões mais instáveis do mundo, sofreu as consequências económicas da pandemia de covid-19, com o desemprego a passar de 10% em 2018 para os 14% actuais (com um pico de 24% a meio de 2020) e a pobreza a atingir 23% da população.

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