Mês de Janeiro foi o quinto mais quente e segundo mais seco desde 2000

Há 90 anos que a temperatura máxima não era tão elevada: Janeiro registou um valor médio de 15,29 °C, mais de dois graus superior ao valor normal. É também o segundo Janeiro mais seco deste século.

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Desde 1931 que não havia um Janeiro com uma média da temperatura máxima tão elevada FRANCISCO ROMAO PEREIRA

O mês de Janeiro foi o quinto mais quente desde 2000, tendo-se registado a temperatura máxima mais alta dos últimos 90 anos, e foi também o segundo mais seco, segundo dados divulgados esta sexta-feira.

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a temperatura média do ar fixou-se nos 9,5 °C no mês passado, o quinto valor mais elevado desde 2000.

Desde 1931 que não havia um Janeiro com uma média da temperatura máxima tão elevada, que chegou aos 15,29 °C, mais 2,20 °C em relação ao valor normal registado no período 1971-2000.

Os valores diários de temperatura máxima foram quase sempre superiores ao valor médio mensal, com destaque para os períodos entre os dias 1 a 3 e 27 a 31 de Janeiro, em que se registaram desvios superiores a 4 °C.

Em cerca de 15% das estações meteorológicas foram igualados ou ultrapassados os recordes de temperatura máxima do ar para o mês de Janeiro: foi o caso da Zambujeira, que no primeiro dia do ano registou 24,5 ºC; no mesmo dia, a norte, Monção registou 23,8; e, no interior, Figueira Castelo Rodrigo chegou aos 19,4. No último dia do mês foi a vez de Castro Marim bater um recorde de 2005, ao chegar aos 23,3 graus. O recorde mais antigo a cair (e o único do século passado, de 1987) foi o de Lousã, que chegou aos 23,3 graus.

O valor médio de temperatura mínima do ar foi de 4,02 °C, inferior à normal (menos 0,52 °C) e, segundo o IPMA, apesar de ter começado com valores acima da média, foi quase sempre inferior a partir do dia 13, com destaque para o período de 17 a 26 de Janeiro. Aliás, o mês caracterizou-se por dias quentes e noites frias.

Quanto à precipitação, o mês passado foi o sexto mais seco em 90 anos e o segundo pior desde 2000, superado apenas por Janeiro de 2005.

O relatório do IPMA acrescenta que o valor médio da quantidade de precipitação foi muito inferior ao normal registado entre 1971 e 2000, correspondendo a apenas 12%.

“Verificou-se um agravamento muito significativo da situação de seca meteorológica, com um aumento da área e da intensidade, estando no final do mês todo o território em seca com 1% em seca fraca, 54% em seca moderada, 34% em seca severa e 11% em seca extrema”, refere o instituto.

Relativamente ao índice de percentagem de água no solo, registou-se uma diminuição significativa em relação ao final do mês de Dezembro, e o IPMA destaca os valores inferiores a 20% nas regiões Nordeste e Sul, com muitos locais dessas áreas a atingir “o ponto de emurchecimento permanente”.

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