Pelo menos 60 mortos em ataque a campo de deslocados na República Democrática do Congo

Grupo humanitário suspeita que o ataque seja da responsabilidade da milícia CODECO, que voltou a estar activa na região leste do país em 2017.

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Os campos de refugiados no leste da República Democrática do Congo têm sido alvos de ataques de milícias armadas OLIVIA ACLAND/Reuters

Pelo menos 60 pessoas morreram em resultado de um ataque levado a cabo esta quarta-feira por milícias armadas a um campo de deslocados na República Democrática do Congo.

O ataque nocturno ocorreu na província de Ituri, zona que está sob estado de emergência desde Maio de 2021, uma medida excepcional tomada pelo Governo de Kinshasa para combater grupos armados que atacam a zona leste, a mais rica em minerais do país.

“Pelo menos 40 civis foram mortos com armas afiadas na noite passada em Plaine Savo”, partilhou no Twitter a Kivu Security Tracker (KST), que monitora a violência na região. Entretanto, a agência de notícias Reuters, citando o chefe de um grupo humanitário local e uma testemunha, disse que o número de mortos já subiu para, pelo menos, 60 pessoas.

Não houve ainda qualquer reivindicação imediata de responsabilidade, mas o KST afirmou que combatentes da Cooperativa para o Desenvolvimento do grupo armado do Congo, conhecido como CODECO, eram suspeitos de estar por trás do ataque.

A área de Djugu, na província de Ituri, na fronteira com o Lago Albert e Uganda, que fica a leste, é o palco de uma disputa sangrenta e prolongada entre as comunidades Lendu e Hema desde 1999. O conflito entre os dois grupos matou dezenas de milhares de pessoas até ser reprimido pela Artemis, uma força de paz da União Europeia.

O cessar-fogo terminou em 2017 e os conflitos tomaram novamente a região devido ao surgimento da CODECO, organização fundada em 2003, que afirma defender os Lendu. Em Novembro de 2021 um outro ataque a um campo de deslocados deixou 123 mortos.

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