PSD está a alimentar-se do eleitorado do CDS e do Chega

Dois terços acreditam que Costa vai ganhar as eleições, mas 36% já consideram que Rio seria melhor primeiro-ministro.

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Rui Rio e André Ventura antes do frente-a-frente pré-eleitoral LUSA/NUNO BOTELHO/EXPRESSO

O discurso de agregação de votos à direita de Rui Rio parece estar a surtir efeito: um terço (32%) dos inquiridos que dizem agora tencionar votar no PSD votou no CDS nas legislativas de 2019, a que se somam 20% que haviam escolhido o Chega há três anos, 27% o PAN e 15% a IL.

Se as quotas de antigos eleitores centristas e liberais são iguais às da semana passada, no caso do Chega houve uma subida de 8 para 20%, mostrando que André Ventura está a ser uma vítima do voto útil nos sociais-democratas. Outra área onde o PSD tem ido caçar alguns votos é ao Livre, cuja fatia de eleitores no quadrado social-democrata é de 19%.

Mas se o PSD se alimenta do seu principal concorrente à direita, o PS não deixa os créditos por mãos alheias à esquerda e vai buscar 25% dos seus eleitores ao Bloco (já chegaram a ser 32%) e 19% à CDU (tem vindo a subir), no que parece ser fruto da argumentação de que foram estes partidos que provocaram a crise política por não permitirem que o orçamento passasse à discussão na especialidade. O PAN, que queria ajudar o PS no processo orçamental, pelo contrário, não vai buscar eleitorado a nenhum partido e perde um quarto para o PSD.

As forças políticas que mais conseguem segurar o seu eleitorado são a IL e o PS (ambos com um nível de 70%), logo seguidos pelo PSD (69%), Chega (65%) e CDU (58%). A troca entre PS e PSD é na ordem dos 8%.

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Independentemente do seu sentido de voto, dois terços dos inquiridos (65%) acreditam que o PS vai ganhar as eleições, contra um quinto (20%) que aposta no PSD. Ainda há 0,6% que acreditam haver outro vencedor e 15% não sabem ou não respondem.

Mas são menos de metade (48%) os que acreditam que António Costa seria melhor primeiro-ministro, enquanto 36% consideram que Rui Rio desempenharia melhor esse papel – se o actual governante perdeu dois pontos numa semana, o opositor só ganhou um. Em 2019, à beira das eleições, Costa reunia uma aprovação de 51% e Rio estava pela metade (25%), o que significa que a credibilidade do líder social-democrata para ser chefe de governo levou um bom avanço.

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