Quer estudar no estrangeiro? Este programa de bolsas pode ajudar

Continuar a formação académica no estrangeiro pode bem ser o próximo passo que precisa de dar e a Fundação “la Caixa” ajuda-o a seguir em frente. Tem até 2 de Fevereiro para se candidatar.

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Francisco Carvalho e Carolina Lobato são apenas dois dos mais de 5000 alunos que, desde 1982, já beneficiaram – ou estão a beneficiar neste momento – de uma bolsa de estudos da Fundação “la Caixa”. Para ambos, continuar a formação académica no estrangeiro apresentava-se como fundamental e o apoio financeiro que lhes foi concedido por aquela organização filantrópica acabou por se revelar determinante para a concretização do objectivo.

A importância da Bolsa de Pós-graduação no Estrangeiro, que Francisco Carvalho, 21 anos, conseguiu em 2021, fica bem evidente quando nos diz que a mesma “é um apoio extraordinário, quase um salva-vidas”. Graças a ela, está agora a frequentar o prestigiado mestrado em Finanças Internacionais da HEC Paris, considerado o melhor mestrado de finanças do mundo pelo Financial Times. Nas suas palavras, a bolsa não só lhe permitiu continuar a estudar “com plena dedicação e autonomia”, mas é sobretudo “um reconhecimento pelo esforço e empenho”. E isso, convenhamos, é algo que não tem faltado a Francisco Carvalho, que terminou a licenciatura em Economia, na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, com média de 19, a melhor classificação alguma vez obtida neste curso desde que o mesmo foi criado, há 68 anos.

Agora, na HEC Paris, o foco deste aluno brilhante não se esbate e, no momento em que esta entrevista decorre, a sua média é de 4.0 em 4.0 - “esperemos que se aguente até este testemunho ser publicado”, afirma com sentido de humor. Quanto ao futuro, já o tem, de alguma forma, delineado: “A minha prioridade é aprender, aproveitar ao máximo o que o meu mestrado tem para oferecer e escolher um emprego que me permita crescer. Depois, é meu objectivo trabalhar num grande fundo de investimento, em que as minhas decisões tenham impacto positivo nas comunidades em que este opere.” Para ir já preparando o caminho que pretende vir a percorrer no futuro, Francisco Carvalho prevê realizar um estágio, ainda durante este Verão, na Macquarie Asset Management, em Londres, “o maior fundo de investimento em infra-estruturas do mundo”, salienta. Ali, espera “desenvolver trabalho no âmbito das tecnologias que possam impactar actuais e futuros investimentos, com destaque para aqueles que potenciem a descarbonização do seu portefólio de mais de 430 mil milhões de euros”.

Do Porto para Copenhaga

Foi também com o apoio de uma Bolsa de Pós-Graduação no Estrangeiro da Fundação “la Caixa” que Carolina Lobato, 25 anos, se mudou recentemente para a Dinamarca, com vista a fazer o seu doutoramento na Universidade de Copenhaga, onde desenvolve investigação sobre hipoglicemia após cirurgia bariátrica (HPB), uma complicação cirúrgica rara e tardia que atinge alguns doentes submetidos àquele tipo de intervenção destinada a tratar a obesidade. À semelhança de Francisco Carvalho, também Carolina Lobato assume que a bolsa fez toda a diferença, permitindo-lhe seguir o rumo que tinha traçado para si. “O custo de vida na Dinamarca é muito elevado, pelo que a bolsa da Fundação “la Caixa” veio complementar uma bolsa parcial dinamarquesa que me foi atribuída pela Danish Diabetes Academy e assim viabilizar os meus estudos de doutoramento”, explica poucos dias depois de se instalar na capital dinamarquesa.

“Conseguir evidência científica robusta que permita estabelecer orientações clínicas internacionais para o tratamento da HPB” é o que a vai mover nos próximos anos, todavia, investigar é algo que já a entusiasma desde a faculdade. “O ICBAS [Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - Universidade do Porto] proporcionou-me o ambiente perfeito para me introduzir à investigação clínica e translacional, através da investigação biomédica de excelência que promove e do seu ambiente familiar e de proximidade”, refere, sublinhando a “enorme receptividade das várias equipas de investigação” às suas ideias e curiosidade. Em 2016, ainda no ICBAS, juntou-se à Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica e passou a focar-se na fisiopatologia da obesidade e da diabetes tipo II, através do estudo dos benefícios metabólicos alcançados com a cirurgia de obesidade.

Em Copenhaga, vai agora ter possibilidade de desenvolver o seu interesse na área específica da HPB. “As hipoglicemias podem não causar sintomas, mas podem também ter um enorme impacto na vida destes doentes, com tonturas, desmaios, confusão e pesadelos, entre outros”, esclarece, acrescentando que a pesquisa que irá levar a cabo passa por “identificar e tratar doentes com HPB e assim melhorar a sua saúde e qualidade de vida”, bem como “perceber quais os mecanismos fisiológicos que culminam na HPB, para que possamos tentar replicá-los parcialmente e aproveitar os efeitos de redução dos açúcares em circulação para inspirar novos tratamentos para a diabetes”.

Apoiar estudantes e investigadores da Península Ibérica

A Fundação “la Caixa” é a principal organização em Portugal e Espanha a apoiar investigação realizada por outras instituições, sendo que este propósito tem expressão não apenas através do importante Programa de Bolsas que promove, como também dos inúmeros concursos de apoio à investigação que abre anualmente.