CEO do Inter de Milão alerta para o risco de falência do futebol italiano

Giuseppe Marotta pede apoio governamental e o aliviar das restrições impostas no acesso aos estádios, em tempos de pandemia, para evitar o colapso financeiro dos clubes.

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Reuters/DANIELE MASCOLO

O CEO do Inter de Milão, Giuseppe Marotta, deixou esta quarta-feira um alerta às entidades estatais italianas, advertindo para a iminência da falência da Serie A e das estruturas do futebol profissional e apelando a um maior apoio financeiro do Governo, bem como à adequação das medidas impostas no que diz respeito à capacidade máxima dos estádios em função da pandemia de covid-19.

Marotta declarou, em entrevista ao Il Sole 24 Ore, que a Serie A e, de uma forma geral, “todo o futebol italiano, correm o risco de insolvência”. “O Governo e as instituições políticas não podem ignorar a realidade. É todo o sistema à beira do abismo, uma realidade que já existia antes da covid e que não mereceu a devida atenção e apoio ao longo dos últimos dois anos”, denunciou o dirigente “interista”.

No início de Janeiro, os clubes da Liga italiana concordaram, unanimemente, em reduzir a capacidade dos estádios para cinco mil espectadores durante duas jornadas, como forma de ajudar a baixar a curva dos casos de covid-19, situação que Marotta quer reverter, esperando que os clubes possam aumentar as receitas.

Recorde-se que Itália foi, no início da pandemia, o país europeu mais afectado, tendo encerrado os estádios no início de 2020, mantendo, posteriormente, até 50% da capacidade dos recintos, restrições aliviadas de acordo com a evolução da situação no país e na Europa.

“A presença de público com máscaras FFP2, certificados e capacidade reduzida até 50% em equipamentos ao ar livre é segura. A redução para cinco mil espectadores, com grande sacrifício dos clubes, é a prova de que a situação é encarada com máxima responsabilidade”, sublinhou, estabelecendo um paralelo com outras ligas.

“Se França está na iminência de abrir as portas dos estádios sem restrições, a exemplo do que sucede já em Inglaterra, fará algum sentido que em Itália continue uma política tão restritiva?”, questionou.

Giuseppe Marotta passou, então, ao ataque, avançando com a tese de que o futebol não tem direito aos apoios que reclama e “se impunham” nas actuais circunstâncias pelo simples facto de “não ser levado a sério”. “O futebol continua a ser visto como um mundo de dirigentes ricos e estúpidos que desperdiçam dinheiro por mero prazer”, ilustrou, contrapondo: “Lutamos para merecermos o reconhecimento pelo que realmente representamos e não aceitamos que o futebol profissional não seja encarado como qualquer outra indústria”.

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