Inquietação à beira do mar
É pelos corpos dos actores, pela sua tensão, pelos seus esgares, pelas suas aproximações e afastamentos, pela sua violência e carinho que Ilhas revela a sua visão poética.
O nevoeiro espalha-se como um lençol cobrindo o palco. Depois vem o som persistente do mar. Agreste, mesmo quando marulha calmo. O que pode ser um disfarce da natureza, pois de repente – e o repente faz parte do normal – forma-se uma tempestade, bate vento de arrepiar, chuva de enregelar, enfim, o adquirido mostra-se imprevisível. Está dado o tom do espectáculo. Daí em diante é um rodopio poético com os Açores por fundo – e ainda há um touro que dança.
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