Voltem às empresas, pede o ministro da Economia do Reino Unido

Há mais de 100 mil novas infecções diárias mas a curva está a cair. Governo de Johnson quer apressar regresso “ao mundo pré-covid”.

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"Quanto mais cedo regressarmos ao mundo pré-covid melhor estaremos nas nossas práticas de trabalho", diz Kwasi Kwarteng REUTERS/Henry Nicholls

Os trabalhadores deveriam regressar aos seus locais de trabalho para beneficiarem das vantagens do trabalho em proximidade, disse nesta sexta-feira o ministro britânico da Economia, numa entrevista a uma estação de rádio. Kwasi Kwarteng argumentou, ainda, aos microfones da LBC Radio, que o mundo tem de aprender a viver com o coronavírus depois de atravessar uma pandemia. O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita actualmente que a pandemia deverá reduzir a produção mundial em mais de 12,5 biliões de dólares (cerca de 11 biliões de euros ao câmbio actual) até 2024, que era a sua última estimativa.

O teletrabalho impôs-se em todo o mundo como uma ferramenta de controlo da pandemia, desde que esta emergiu no final de 2019. Em Inglaterra, o governo de Boris Johnson decidiu reduzir as restrições, como o uso da máscara, e deixou cair o teletrabalho na quarta-feira passada. Quarenta e oito horas depois, e apesar do crescimento do número de novas infecções em diversos regiões do mundo, incluindo o Reino Unido, o ministro da Economia lançou uma espécie de convite nacional: “Nós devemos voltar ao trabalho. Temos de regressar a uma certa normalidade.”

“O trabalho presencial traz benefícios, é mais vantajoso trabalhar ao lado dos colegas, de poder interagir directamente com eles e eu quero voltar àquele sentimento de que a pandemia se está a tornar endémica”, declarou Kwasi Kwarteng.

O número diário de infecções covid-19 no Reino Unido disparou em Dezembro, devido à variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2. Nos últimos dias, porém, inverteu-se a tendência, com a curva dos casos diários a começar a descer.

Na quinta-feira, foram registados cerca de 107 mil novos casos. As restrições levantadas por causa da variante Ómicron serão progressivamente abandonadas a partir de 26 de Janeiro. O país tem mais de 52 milhões de vacinados, ou seja, 91% da população com mais de 12 anos recebeu a primeira dose de uma vacina. Cerca de 48 milhões, 84% da população acima dos 12 anos, teve a segunda dose. E cerca de 36 milhões receberam a dose de reforço.

Neste cenário, Boris Johnson aposta que o país já atingiu o pico de infecções pela variante Ómicron e que o mundo tem de viver com a doença e que as economias não podem continuar fechadas.

“É algo com que vamos ter de viver. E se vamos viver com isto, penso que quanto mais cedo regressarmos ao mundo pré-covid melhor estaremos nas nossas práticas de trabalho”, defende o ministro Kwarteng.

Os serviços público devem dar o exemplo. Mas há empresas com forte presença económica, como o banco Goldman Sachs, onde o apelo é o mesmo. O presidente executivo do banco, Stuart Rose, classifica o teletrabalho “uma aberração”.

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