Morreu Meat Loaf, cantor que marcou o imaginário do rock americano

O músico, e também actor, tinha 74 anos. O seu álbum Bat Out Of Hell continua a ser um dos mais vendidos de sempre.

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EPA/ALESSANDRO DELLA BELLA

O músico Meat Loaf, figura que marcou o imaginário do rock americano nas últimas décadas, morreu esta quinta-feira, confirmaram fontes familiares.

“É com o coração destroçado que anunciamos que o incomparável Meat Loaf morreu durante a noite, com a mulher Deborah ao lado. As filhas, Pearl e Amanda, e amigos próximos estiveram com ele ao longo das últimas 24 horas”, pode ler-se na página de Facebook do músico. Não foram ainda reveladas as causas da morte do artista, que tinha 74 anos.

Com uma carreira que se estendeu por seis mais de seis décadas, Meat Loaf vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo, com destaque para o álbum Bat Out Of Hell, que se mantém entre os dez títulos mais vendidos de sempre nos Estados Unidos. Entre os seus sucessos encontramos canções como Paradise by the dashboard light (1997), I'm gonna love her for both of us (1981) ou I'd do anything for love (But I won't do that) (1993).

Para além da música, participou em mais de 60 filmes, essencialmente em pequenos papéis, destacando-se as suas aparições em Clube de Combate, Focus ou Rocky Horror Picture Show.

Marvin Lee Aday, seu verdadeiro nome, nasceu em Dallas, no seio de uma família de cantores gospel, tendo formado o seu primeiro grupo no final dos anos 1960 (Meat Loaf and Popcorn Blizzard), que chegou a abrir para bandas como os The Who ou os Stooges de Iggy Pop. O seu primeiro álbum, em dupla, Stoney & Meat Loaf, seria lançado em 1971. Mas seria em 1977, com o álbum Bat Out Of Hell, que viria a transformar-se numa celebridade.

Produzido por Todd Rundgren, e escrito e composto por Jim Steinman, era um álbum de puro melodrama, marcado pelo excesso e pela teatralização, uma espécie de ópera rock que conquistou o coração dos adolescentes americanos e não só, transformando-se num dos registos mais vendidos dessa década. Seguiram-se mais discos, mas também problemas físicos e psicológicos, conflitos com editoras e uma declaração de falência a meio dos anos 1980.

Depois de alguns anos de relativa obscuridade, Meat Loaf e o pianista e compositor Jim Steinman, seu parceiro ao longo de anos, voltaram a reunir-se em 1993 para Bat Out of Hell: Back Into Hell, uma espécie de duplicação do álbum original, envolvida por uma sonoridade rock tumultuosa, que seria um êxito. Depois, em 1995, sem Steinman, regressaria com Welcome to the Neighborhood, e uma espécie de compilação ao vivo, Live Around The World, no ano seguinte, seguindo-se vários álbuns na década de 2000, com destaque para The Monster Is Loose (2006).

Duas décadas depois da última colaboração, Meat Loaf e Steinman, viriam a reunir-se para o 13.º álbum de estúdio. Braver Than We Are foi editado em 2016, ficando agora como seu derradeiro testemunho. Nesse mesmo ano viria a colapsar em palco, intensificando-se os seus problemas de saúde.

Em Abril do ano passado havia morrido Jim Steinman. Apesar da morte do seu colaborador de muitos anos, Meat Loaf havia comunicado, em Novembro, que iria regressar aos estúdios de gravação em Janeiro deste ano, para registar novas canções. Soube-se agora que tal não veio a acontecer.

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