Arábia Saudita reforça aposta no turismo: vai transformar palácios em hotéis de luxo

A pandemia arrefeceu os planos turísticos do reino, mas já há avanços e de luxo: foi criado um grupo para transformar palácios em hotéis opulentos. Faz tudo parte dos planos sauditas para diversificar a economia e obter lucros com outras indústrias que não a petrolífera.

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Palácio Vermelho de Riade DR

Em 2019, a Arábia Saudita surpreendia boa parte do mundo: muito fechado, pautado por um regime muito restritivo para os cidadãos, principalmente para as mulheres, abria-se em grande ao turismo, facilitando até vistos a meia centena de países, Portugal incluído. “A abertura da Arábia Saudita aos turistas internacionais é um momento histórico para o nosso país”, diria então o responsável pela Comissão Saudita para o Turismo e Património Nacional, Ahmed al-Khateeb. Agora, após um período mais fechado a visitantes por causa da pandemia, avança com novos planos de luxo.

Esta quinta-feira, o Governo saudita lançou uma nova empresa de hotelaria de luxo que se encarregará de fazer hotéis de topo em palácios.

A empresa, denominada Boutique Group, irá assegurar, para começar, as obras e gestão turística de três palácios: o Palácio Vermelho e o de Tuwaiq, em Riade, e o Al Hamra em Jeddah, foi anunciado pelo Fundo de Investimento Público (FIP) do país. Estes espaços oferecerão 244 quartos, suítes e moradias.

O maior exportador mundial de petróleo tem como objectivo o crescimento do turismo de modo a chegar a uma contribuição de 10% desta indústria para o Produto Interno Bruto (PIB) até 2030, no âmbito de planos para diversificar a economia, algo que o pioneiro Dubai começou há já algumas décadas.

A exploração hoteleira dos três palácios é um primeiro passo do grupo, devendo seguir-se outras “experiências de luxo”, entre restaurantes e spas.

O director do FIP, Yasir al-Rumayyan, disse que o lançamento do grupo hoteleiro mostra bem como está a funcionar o fundo criado pelo reino para “desbloquear as capacidades de sectores promissores” que “podem ajudar a impulsionar a diversificação da economia e contribuir para o crescimento do PIB não petrolífero”. Um fundo, sublinhe-se, que disponibiliza no total cerca de 424 mil milhões de euros.

Em 2017, a Arábia Saudita já tinha surpreendido com um plano à Dubai para ganhos turísticos: abria a possibilidade de transformar meia centena de ilhas ao longo do Mar Vermelho em resorts.

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