Receitas do turismo superam nove mil milhões entre Janeiro e Novembro

Em Novembro, o valor das receitas geradas por turistas estrangeiros foi de 892,1 milhões de euros, o que coloca este mês no mais próximo dos níveis pré-pandemia, elevando o total de 11 meses para 9026,6 milhões. Nova taxa de carbono sobre aviação gerou 8,7 milhões nos primeiros cinco meses.

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Receitas de turistas franceses superaram as dos britânicos nos primeiros 11 meses de 2021 Rui Gaudencio

As receitas do turismo superaram os 9 mil milhões de euros nos primeiros 11 meses de 2021, de acordo com os dados do Banco de Portugal disponibilizados nesta quarta-feira. Segundo o banco central, em Novembro, o crédito da rubrica de viagens e turismo (entradas de receitas de turistas estrangeiros), no âmbito da balança de pagamentos, foi de 892,1 milhões de euros, o que coloca este mês no mais próximo dos níveis pré-pandemia, 9,5% abaixo dos valores de Novembro de 2019.

Ao todo, as entradas de dinheiro do turismo (exportações) entre Janeiro e Novembro de 2021 chegaram aos 9026,6 milhões de euros, perto dos 9303,6 milhões de euros que o Governo perspectivou de receitas para o sector. Comparando com os primeiros 11 meses de 2020, há uma recuperação de 25%, mas, se a análise for feita com 2019 (ano de recordes no sector), regista-se uma queda de 48%.

O saldo (diferença entre saídas e entradas de dinheiro) está positivo em 5788,1 milhões, quando o Governo perspectivou 6603 milhões para ano completo — neste caso, o objectivo está a 88% (quando no crédito está a 97%). O saldo do turismo é um dos factores positivos para a balança de pagamentos, ajudando a suportar os tradicionais défices na troca de bens.

A previsão do Governo passa por crescimentos a dois dígitos pelo menos até 2027, voltando em 2023 aos níveis que se registaram em 2019. Em 2027, a meta passa por chegar aos 27.400 milhões de euros de receitas, com um saldo de 19.446 milhões.

Ainda não são conhecidos os dados das receitas de turismo do passado mês de Dezembro, mas, de acordo com as informações prestadas pela Vinci, que detém a ANA, nesse mês o número de passageiros nos aeroportos portugueses — a esmagadora maioria dos turistas chega a Portugal por via aérea — quase triplicou face a Dezembro de 2020 (ainda assim, representando uma quebra de 32% quando comparado com 2019).

Olhando para os dados do Banco de Portugal, as receitas provenientes dos turistas franceses mantêm-se acima das dos visitantes do Reino Unido, ocupando a primeira posição, algo que já se verificou em 2020 (ano em que o “Brexit” chegou ao terreno). Nos primeiros 11 meses, os franceses gastaram 1765 milhões de euros (com destaque para os 615 milhões de Agosto), contra os 1298 milhões dos britânicos.

Taxa de carbono rendeu 8,7 milhões em cinco meses

Em Julho de 2021, começou a ser aplicada uma taxa de carbono às viagens de avião internacionais, que, segundo os dados fornecidos pelo Ministério das Infra-Estruturas ao PÚBLICO, gerou 8,7 milhões de euros até Novembro. Deste valor, 8,5 milhões foram entregues ao Fundo Ambiental. A taxa abrange também os navios de cruzeiro e, neste caso, já há dados até Dezembro: foram arrecadados 187,8 mil euros, dos quais 93,9 mil euros foram para o Fundo Ambiental (o restante ficou com os portos e com as câmaras municipais).

Este ano, o Governo prevê um encaixe de 15 milhões de euros com a nova taxa. A associação ambientalista Zero já estimou, com base numa ferramenta europeia, que “os voos associados aos principais aeroportos portugueses, considerados apenas num sentido (e não ida e volta), resultaram em 4,75 milhões de toneladas de emissões de gases com efeito de estufa em 2018”, o que equivale a 7,1 % do total das emissões do país.

A imposição de taxas ambientais nestes sectores é algo que começa a ser cada vez mais comum. No caso da Air France/KLM (e da Transavia), conforme relatou nesta quarta-feira o Jornal de Negócios, o grupo colocou este mês em vigor o que designa uma contribuição ligada à integração de “combustível de aviação sustentável” nos seus voos “com partida da França e dos Países Baixos”.

De acordo com uma nota do grupo, o valor desta contribuição “depende da distância da viagem e da cabine escolhida”. No caso da Air France e da KLM, diz o grupo, o montante “vai variar de um a quatro euros na cabine Economy e de 1,5 a 12 euros na cabine Business, sendo directamente visível nos detalhes da tarifa” e na Transavia “será integrado directamente na própria tarifa”.

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