Pan, pan, pan; CDS tem um alvo de eleição e mais partidos na mira

“Para o PSD, pelos vistos, já vale tudo. ara nós não”, enfatiza Rodrigues dos Santos, que se diz preocupado com a abertura de PSD e IL para entendimentos com o Pessoas-Animais-Natureza.

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Rodrigues dos Santos cumpriu a jornada de campanha no Alentejo LUSA/NUNO VEIGA

Francisco Rodrigues dos Santo voltou a ter no PAN o alvo de eleição. Ao segundo dia de campanha para as legislativas de 30 de Janeiro, defendeu a ideia de que votar noutros partidos da direita que não o CDS pode viabilizar as propostas “animalistas radicais” do Pessoas-Animais-Natureza.

Num almoço-comício em Évora, perante cerca de meia centena de apoiantes, o líder do CDS não gastou muitas palavras com PSD e Iniciativa Liberal, mas as que usou foram duras.

“Fiquei preocupado, confesso-vos, com as recentes notícias que dão nota de que Rui Rio e João Cotrim de Figueiredo admitem entender-se com o PAN para a formação de Governo de Portugal. Para o PSD, pelos vistos, já vale tudo. Para nós não”, enfatizou. A IL foi acusada de se apresentar como a “grande defensora das liberdades”, quando “esmaga a liberdade dos outros pela ditadura de gosto”, por não apreciar touradas.

O CDS, distinguiu Rodrigues dos Santos, “não fará nenhum entendimento de base de governo com o PAN”, porque este é “um partido animalista radical que tem uma agenda ditatorial que quer destruir o modo de vida das pessoas que trabalham no campo, que respeitam as tradições e são os verdadeiros ambientalistas”. Reiterando que o CDS não deixará de defender “a boa gente taurina” e os caçadores, que “gerem o ambiente e a biosfera”, Francisco Rodrigues dos Santos chegou a acusar o PAN, enquanto partido que “humaniza animais e animaliza pessoas”, com “concepções excêntricas” e “preconceitos urbanos”, de ser, “nesse sentido, terrorista”.

E acrescentou que o fundador do PAN foi um “activista extremista que defendia coisas como a purificação nacional” e queria tornar o país “completamente vegetariano. Uma brigada do tofu e uma política de beringela”, satirizou.

Criticou ainda a actual penalização fiscal da tauromaquia e as propostas de taxação da produção de carne, argumentando que esta última é feita em Portugal em regime extensivo e que o seu fim, no país, implicaria a importação, que teria uma “pegada carbónica” muito mais funda.

CDS no Alentejo é “revolucionário"

O almoço-comício do CDS no Museu de Arte Sacra de Évora também serviu para o partido apresentar os seus cabeças de lista nos distritos de Évora e Beja: Ana Costa Freitas, a reitora da Universidade de Évora, que fez uma intervenção muito aplaudida; e Francisco Palma, presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo – dois independentes, tal como o empresário Bruno Batista, o cabeça de lista por Portalegre.

Três independentes é sintoma da fraca implantação do CDS na região? Francisco Rodrigues dos Santos vê antes aqui uma afirmação do “partido de quadros”, assentes no talento e no currículo, que o CDS sempre disse ser e do partido que se renova, em vez de apostar sempre nos mesmos. Mas Rodrigues dos Santos assume que “ser do CDS no Alentejo é um acto revolucionário”.

E o que exige uma reacção, para o CDS, é a necessidade de responder às reivindicações das forças de segurança. A jornada de Rodrigues dos Santos no Alentejo começou com a visita a uma esquadra, em Portalegre, e o tópico manteve-se no expediente, até Évora.

A bandeira é nossa

“Não deixaremos que outro partido qualquer se aproprie desta bandeira, que sempre foi do CDS”, proclamou Francisco Rodrigues dos Santos ao almoço, recordando que o partido propõe a contratação de mais nove mil efectivos até ao final de 2022 e insiste na criação do crime específico de ofensas à integridade física de agente das forças de segurança. “Para que o criminoso que agredir um agente de autoridade saiba que terá uma moldura penal agravada, para que saiba que está a atentar contra um pilar fundamental do Estado de Direito”, justificou.

Rodrigues dos Santos afirmou que o aumento em 60 euros no subsídio de risco, que ficou em 100 euros, decidido pelo ex-ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita depois de longa negociação com os sindicatos das forças de segurança, “é humilhante, miserável e pífio para aqueles que se dispõem a arriscar a própria vida”. E defendeu a generalização do subsídio de risco dos inspectores da Polícia Judiciária, no valor de “400 euros”.

“Durante seis anos tivemos um ministro da Administração Interna que não estava à altura das forças de segurança e um ministro fraco faz fraca a tutela”, disparou. “Queremos respeito pelas nossas forças de segurança”.

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