Arquitectura

Uma casa minimalista escondida em Ponta Delgada

©Ivo Tavares Studio
Fotogaleria
©Ivo Tavares Studio

A proposta chegou-lhes de uma cliente decidida a investir as poupanças numa moradia em Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel. O resultado foi uma casa minimalista na rua que lhe dá o nome — Casa Moinho de Vento —, assinada pelos arquitectos do atelier Box.

A habitação de dois quartos possui uma característica primordial – a simplicidade –, da estética à construção. A fachada é a primeira a acusar-se, pela aparência resultante do “imaginário básico do desenho infantil”, como se pode ler na memória descritiva. Óscar Catarino, um dos dois arquitectos responsáveis pelo projecto, por sua vez, explica ao P3 que esta analogia resulta não só do facto do espaço da fachada ser efectivamente reduzido, mas também da “relação da leitura da própria cidade em si e daquele plano marginal, pois todas as casinhas à volta são muito pequenas”. 

O arquitecto conta que, em geral, as casas daquela zona seguem determinadas características comuns, como a ausência de divisão entre a sala e a cozinha ou a existência, por regra, de um piso superior para os quartos. “E todas elas, normalmente, têm uma conexão comum com um espaço exterior, como um pátio ou um jardim, porque a maioria dos terrenos deste bairro são muito longitudinais.” O terraço que se pode observar nas fotografias de Ivo Tavares, sublinha o arquitecto, é meramente estético, “não é visitável”.

O esquema de cores “pertence à leitura que o atelier faz do espaço”: o branco funciona como uma “lente ampliadora” do espaço, quando reflectido pela luz, “para além de ser uma cor menos cansativa para quem habita a moradia”. Este efeito ampliador causado pela iluminação associada, neste caso, “às duas clarabóias colocadas na cobertura” [da casa] é, na óptica de Óscar Catarino, “a mais-valia do projecto”. 

Para o tornar mais económico, a utilização dos materiais foi igualmente simplificada: “carpintarias, alvenaria em betão, reboco térmico e caixilharia”. “É tudo muito básico e simples.” O maior desafio foi, sem dúvida, o controlo de custos: “Por muito pequenas que as habitações sejam, não nos livram de coisas básicas que devem ser cumpridas”.

Os trabalhos do atelier gravitam entre os Açores e Lisboa, mas é em Ponta Delgada que os sócios e companheiros Óscar Catarino e Bárbara Morgado passam a maior parte do tempo. 

Texto editado por Ana Maria Henriques

©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio
©Ivo Tavares Studio