Tribunal confirma decisão de ministro: Djokovic deportado e falha Open da Austrália

Djokovic já abandonou o país e corre o risco de ficar impedido de entrar na Austrália durante três anos.

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Djokovic no aeroporto de Melbourne antes de embarcar para sair do país LOREN ELLIOTT/Reuters

O Tribunal Federal australiano indeferiu este domingo o recurso do tenista Novak Djokovic contra a deportação do país. Três juízes do Tribunal Federal confirmaram a decisão tomada na sexta-feira pelo ministro da Imigração de cancelar o visto do sérvio, de 34 anos, por motivos de interesse público. Djokovic já abandonou o país.

Djokovic fica assim impossibilitado de disputar o Open da Austrália, que começa na segunda-feira. O número um do mundo pretendia atingir o recorde de 21 títulos em torneios de “Grand Slam”, caso ganhasse o torneio, que já venceu por nove vezes, incluindo as últimas três edições.

“Estou extremamente desiludido com a decisão do tribunal”, disse o tenista, em comunicado, acrescentando que respeita a decisão e vai colaborar com as autoridades. “Vou agora tirar algum tempo para descansar e recuperar, antes de fazer quaisquer comentários sobre este tema”, concluiu o sérvio. Djokovic pede também que as atenções se concentrem no torneio e no ténis.

Uma ordem de deportação inclui também, geralmente, uma proibição de três anos de entrar no país.

O ministro australiano da Imigração, Alex Hawke, cancelou o visto alegando que a presença de Djokovic no país pode constituir um risco para a saúde e “ser contraproducente para os esforços de vacinação de outros na Austrália”.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, afirmou hoje que o tenista foi maltratado e vítima de uma “caça às bruxas”, digna de um espectáculo “orwelliano”, considerando que quem se humilhou foram as autoridades australianas.

O visto de Djokovic foi inicialmente cancelado a 6 de Janeiro no aeroporto de Melbourne, horas após a sua chegada para competir no primeiro torneio de Grand Slam de 2022. Um funcionário fronteiriço cancelou o visto depois de decidir que Djokovic não era elegível para uma isenção médica das regras da Austrália para visitantes não vacinados.

No entanto, um tribunal australiano decretou, dias depois, a anulação da recusa do visto.

Após essa decisão surgiram dúvidas sobre as informações prestadas por Djokovic nos documentos para entrar no país. Djokovic viajou da Sérvia para Espanha nos finais de Dezembro, contrariamente ao que declarou às autoridades australianas, mas respondeu “não” à pergunta sobre se tinha viajado nos 14 dias anteriores ao voo para a Austrália, num formulário de saúde para entrar no país.

A “novela” de dez dias parece terminar agora, com a decisão do Tribunal Federal australiano, a confirmar a ordem do ministro da Imigração.

O afastamento de Djokovic do Open da Austrália representa o fim da possibilidade de alcançar o 10.º troféu australiano e 21.º título do Grand Slam, descolando dos 20 “majors” do suíço Roger Federer e do espanhol Rafael Nadal.

Sem Djokovic na corrida, o russo Daniil Medvedev, vice-campeão do Open da Austrália em 2021, é o principal favorito num torneio que será disputado igualmente pelo vimaranense João Sousa, que entrou como “lucky loser”.

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