Portugal perde com a Hungria e hipoteca apuramento no Campeonato da Europa

Apesar da boa exibição, a segunda derrota no Grupo B deixa a selecção nacional dependente da Islândia, que teria de ganhar os dois jogos frente a Países Baixos e Hungria.

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Paulo Jorge Pereira Reuters/BERNADETT SZABO

A selecção nacional de andebol pode ter hipotecado, este domingo, em definitivo, o acesso ao “main rounddo Campeonato da Europa, ao perder, por 30-31, frente à anfitriã Hungria, num jogo emocionante decidido no último sopro, perante 20 mil adeptos locais. No MVM Dome de Budapeste, na segunda jornada do Grupo B, em partida que tanto Portugal como Hungria estavam proibidos de averbar nova derrota, aconteceu o pior, com os húngaros a chegarem à vitória nos segundos finais, deixando Portugal em apuros no Euro 2022 organizado por Hungria e Eslováquia.

Com este desfecho, Portugal depende totalmente da Islândia, que teria de bater os Países Baixos (este domingo) e a Hungria, na última ronda, havendo depois lugar à contabilização de golos para um eventual desempate entre os três, isto caso a selecção lusa vença os neerlandeses, na terça-feira.

A selecção portuguesa não podia pedir um início de jogo melhor, em que aproveitou a ansiedade húngara para atingir uma vantagem de três golos. A baliza de Capdeville permaneceu, de resto, intocável nos primeiros cinco minutos, até a Hungria aproveitar um livre de sete metros para se libertar de alguma sensação de pânico que parecia instalar-se nas hostes magiares.

Apesar da reacção, Portugal continuou a comandar e a beneficiar da exclusão de um adversário para tentar consolidar a vantagem. Mas depois de dez minutos quase imaculados, os “Heróis do Mar” começaram a acusar a pressão, a cometer erros e a ver os húngaros assumirem as rédeas, passando mesmo para a frente do marcador (6-7) a partir dos 16 minutos, quando Portugal já tinha sofrido duas exclusões, de Iturriza e Miguel Martins.

O jovem central que actua na Hungria esteve em destaque na fase inicial e Leonel Fernandes surgiu nos dez minutos finais da primeira parte para voltar a equilibrar o jogo, já depois da segunda exclusão de Iturriza, numa altura de algum descontrolo de parte a parte, o que redundou numa igualdade a 12 a cinco minutos do intervalo.

Portugal parecia suficientemente capaz de compensar o menor tempo de recuperação e o apoio sufocante dos 20 mil húngaros nas bancadas.

Portugal recolheu aos balneários a vencer por um golo de diferença (15-14), apresentando melhores índices de eficácia de remate e posse frente a um opositor possante, embora extremamente pressionado depois da derrota frente à congénere dos Países Baixos, na ronda inaugural.

No recomeço, com duas defesas cruciais, o ex-FC Porto Márton Székely deu alento à formação da casa, mas Portugal viu Rui Silva associar-se à sociedade Leonel Fernandes/Miguel Martins, sempre com António Areia a aproveitar todos os livres de sete metros, o que proporcionou um jogo de parada e resposta, muito por culpa da inspiração de Dominik Máthé e Mate Lékai, a abrirem um pouco a vantagem no final do primeiro terço da segunda parte.

Portugal reagiu, anulou a desvantagem, mas com a Hungria em inferioridade numérica, a selecção lusa permitiu que os húngaros voltassem a conseguir uma diferença de dois golos (24-26) à entrada dos últimos 10 minutos, conseguindo, pouco depois, pela primeira vez, um avanço de três golos.

Apesar de condicionado por uma possível exclusão, Victor Iturriza surgiu na altura certa a anular a vantagem dos magiares, com as equipas a entrarem nos últimos dois minutos empatadas a 28 golos graças também à exibição dos guarda-redes portugueses.

Mas o pior aconteceu com a exclusão de Iturriza e o livre de sete metros que deu a vantagem aos húngaros no último minuto. Paulo Jorge Pereira parou o relógio e Rui Silva imaginou a jogada do empate consumado por Salina a 12 segundos do cair do pano... tempo suficiente para a Hungria marcar e vencer por 30-31, com um golo do lateral direito Máthé.

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