Palcos da semana

No Porto, há Vozes fotografadas por Muhammed Muheisen e uma festa motivada pelo 90.º aniversário do Rivoli. Em Coimbra, a Escola da Noite celebra 30 anos com Trabalhos da Casa. Na agenda estão também o reencontro de Joana Gama e Luís Fernandes, e Batáguas em Processo de paródia pelo país.

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A estreia de Lowlands acontece no 90.º aniversário do Rivoli José Caldeira
,Não se sabe, Joana Gama e Luís Fernandes
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Joana Gama e Luís Fernandes reencontram-se em There’s No Knowing Renato Cruz Santos
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O Centro Português de Fotografia expõe Vozes de Muhammed Muheisen Muhammed Muheisen
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A Escola da Noite regressa à Floresta de Enganos Carolina Lecoq
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Diogo Batáguas põe Processo em digressão Hugo Macedo

Rivoli numa ode ao Porto e seus artistas

O Rivoli faz 90 anos e a prenda torna a ser para o público, sob a forma de uma “ode à cultura do Porto e aos seus protagonistas”, anuncia a sala. Os números importam: abrange nove áreas, apresenta nove projectos e envolve mais de 90 colaboradores. Importa também puxar toda a cidade para a festa – do Rivoli ao Campo Alegre, passando pelo Maus Hábitos, Átrio dos Paços do Concelho, Coliseu, Palácio do Bolhão e Passos Manuel – e pôr os seus artistas a fazê-la. A estreia de Lowlands, coreografado por Hélder Seabra para a companhia Instável, destaca-se num alinhamento que conta também com teatro da Palmilha Dentada, circo contemporâneo da Erva Daninha, música de HHY & The Kampala Unit, uma criação multidisciplinar de Inês Campos e Teia Campos, uma performance de Guilherme de Sousa e Pedro Azevedo, uma instalação de Catarina Miranda, uma mostra de cinema e sessões das Quintas de Leitura, bem como uma edição especial dos Cadernos do Rivoli.

Escola da Noite com Trabalhos da Casa

Também a Escola da Noite está em festejos, mas os seus 30 anos de actividade – contados desde Amado Monstro, de Javier Tomeo – são assinalados com Trabalhos da Casa. É um ciclo em que leva à cena um condensado de quatro peças recentes, que funcionam como “mostra de algumas das principais linhas de reportório que marcam o percurso da companhia” residente do Teatro da Cerca de São Bernardo. A abertura faz-se, esta semana, com o regresso à Floresta de Enganos de Gil Vicente. É uma co-produção com o Cendrev, tal como Embarcação do Inferno, também vicentina (reposta de 15 a 25 de Fevereiro). A seguir, há teatro contemporâneo: Palhaço Velho, Precisa-se, comédia trágica do romeno Matéi Visniec (de 24 de Março a 3 de Abril), e Cidade, Diálogos, que adapta textos de O Torcicologologista, Excelência, de Gonçalo M. Tavares (de 14 a 30 de Abril).

Um sussurro por Cassandra

Uma longa e única peça musical. Foi assim que Joana Gama e Luís Fernandes responderam ao desafio de conceber a banda sonora para a série televisiva Cassandra (a estrear na RTP2), que lhes foi lançado pelo director artístico da mesma, Nuno M Cardoso. Este diálogo entre o piano dela e as electrónicas dele – encetado em 2014 no disco Quest e alimentado desde então, sempre no plano das explorações sonoras – tem como título There’s No Knowing e está pronto para a estreia ao vivo. Vem apresentado como “uma derivação do trabalho de composição” que “cresce numa espécie de sussurro entre os dois” e que se desenvolve “num progressivo jogo de proximidade”.

Imagens para dar Vozes

“Testemunhei a esperança através dos olhos deles, e esperança é tudo o que têm”. As palavras são de Muhammed Muheisen, fotojornalista duplamente premiado com o Pulitzer, entre outros galardões. Os olhos e a esperança de que fala são dos refugiados que vem fotografando há mais de uma década. Ao Centro Português de Fotografia chegou uma selecção dessas imagens, em que revela “pessoas que foram forçadas a deixar as suas casas e as suas esperanças, memórias e famílias, em busca de um lar seguro” e pretende, “mais do que tudo, mudar estereótipos e dar voz” a essas pessoas, cita o comunicado. Daí o título da exposição, Vozes.

O Processo de Batáguas

Protagonista de solos como Quero Lá Saber, Diogo Batáguas é também autor da revisão mensal humorística que é o Relatório DB. E é também o Processado numa web-série ao estilo mockumentary, onde encarna um humorista metido em acções judiciais por um juiz e uma estrela pop, que riposta com um plano: usar uma causa nobre – a defesa da liberdade de expressão (e a inevitável discussão sobre os limites do humor) – para proveito próprio, convocando “cúmplices” como Nuno Markl, João Quadros ou Bruno Nogueira. Eis a raiz de Processo, o seu novo espectáculo de stand-up, com partida em Almada e um total de 20 cidades a visitar até meados de Maio.

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