Morreram menos pessoas nas estradas portuguesas em 2021 mas houve mais feridos graves

Dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária mostram um certo regresso à normalidade, depois do ano atípico de 2020, mas com efeitos díspares nos vários distritos em termos de sinistralidade.

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Apesar de um ligeiro decréscimo, muitos portugueses continuam a perder a vida nas estradas Nelson Garrido

Em 2021, 389 pessoas perderam a vida nas estradas em território continental, nas primeiras 24 horas após os sinistros. É menos uma do que em 2020, e menos 85 do que em 2019, representando assim um decréscimo de 17,9% em relação a esse ano. No entanto, os dados divulgados esta sexta-feira pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) mostram que apesar deste decréscimo no número de vítimas mortais, houve mais feridos graves a registar: em 2021 foram 2093, mais 14,4% do que em 2020.

Os dados apresentados apontam para um certo regresso à normalidade, depois do ano atípico de 2020, mas com efeitos díspares nos vários distritos em termos de sinistralidade: em Lisboa registou-se um ligeiro aumento no número de mortes (mais quatro vítimas, num total de 58), assim como em Setúbal, onde se registaram mais dez mortes, ascendendo a 37. A norte, em Braga, mais 13 pessoas perderam a vida nas estradas, num total de 37.

Em contraponto, o distrito do Porto registou menos nove mortes, totalizando 38, assim como Santarém onde morreram menos dez pessoas do que em 2020 (24).

Ainda assim, os números absolutos da sinistralidade mostram que apesar de estes distritos terem contribuído para as melhorias estatísticas, continuam a ser das regiões onde se acontecem mais sinistros com vítimas. O Porto, a par de Lisboa, Braga e Setúbal, foi dos distritos onde se registou mais vítimas mortais. Santarém e Braga e Lisboa onde se registaram mais feridos graves.

Se olharmos para a evolução entre 2020 e 2021, os distritos que registaram maior aumento de vítimas mortais foram Bragança, Braga e Vila Real, enquanto que em termos de feridos graves esse crescimento foi mais notório em Leiria, Viana do Castelo e Braga.

Mais de dois terços das vítimas mortais e dos feridos graves (na ordem dos 70%) registados entre Janeiros de Outubro de 2021 são condutores, seguindo-se passageiros (na ordem dos 16%) e peões, envolvidos em sinistros que acontecem, na maioria, dentro das localidades.

Quase metade (48%) das mortes acontece na sequência de despistes. Já as vítimas que apresentam ferimentos graves estiveram envolvidas em colisões (44%) e despistes (41%).

Na semana passada, quando o PÚBLICO antecipou algumas destas conclusões, o presidente da ANSR, Rui Ribeiro, assumiu que apesar do ligeiro decréscimo no número de vítimas mortais estas são “inconcebíveis”.

Em matéria de infracções, a ANSR avança que foram registadas 1.122.479, sendo que quase dois terços (60%) se deveram a excesso de velocidade.

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