O mundo mural tem de estar alerta

Os deputados eleitos pelos círculos que abrangem as regiões rurais, que são a maioria, não fazem erguer a sua voz na defesa dos seus eleitores. São muitas vezes mandados sair do Parlamento, para deixar passar as propostas dos animalistas radicais contra as suas regiões.

Todos os portugueses que gostam do seu país, das suas paisagens, das suas florestas, agricultura, pecuária, da sua cultura e tradições, da caça, da pesca, da tauromaquia - tudo isto é história - são um povo que gosta do seu passado e que não renega as suas origens. Este povo terá de estar mais alerta no presente e no futuro. Desde o último Governo tudo mudou, e o que era impensável aconteceu: o partido que suportava o Governo a fazer coligações com os fundamentalistas do PAN e Bloco de Esquerda, num ataque ao mundo rural.

Qualquer cidadão de bom senso que votou no Partido Socialista, partindo do pressuposto de que estava a votar no PS de sempre, um partido com valores, com uma matriz nacional, com uma representação enorme no país rural, através da maioria das câmaras municipais que detém, enfim, um partido com história. Tudo mudou e tudo foi diferente.

Assim que tomou posse, verificámos que estava em marcha o desmantelamento do Ministério da Agricultura; que tristeza, num país iminentemente rural. As florestas foram parar ao Ministério do Ambiente, sob a tutela do eng. Matos Fernandes, que não sabe diferenciar um pinheiro-manso de um bravo, nem uma azinheira de um sobreiro, arrogante e ignorante no que diz respeito à conservação da natureza. O secretário de Estado das Florestas, eng. João Paulo Catarino, tinha tudo para fazer um bom lugar, antigo autarca de Proença-a-Nova, município rural do distrito de Castelo Branco, fez-se de morto, talvez porque o mandaram calar, e agora pergunto eu: será que foi a única forma de sobreviver politicamente para garantir um lugar elegível nas listas de deputados pelo círculo de Castelo Branco? Que razões têm os albicastrenses para votar nele? O que fez ele na defesa daquela região?

A maioria dos municípios é presidida por autarcas socialistas, com forte implantação nas autarquias rurais, onde existe uma diversidade de tradições enorme. Existe até uma Associação de Municípios de Tradições Taurinas, todos os municípios têm associação de caçadores, de pescadores, agricultores, produtores pecuários e produtores florestais.

Será que a voz destes autarcas não chega aos dirigentes máximos do partido para defender os seus munícipes, ou será que os autarcas apenas querem defender a sua carreira politica?

Os deputados que são eleitos pelos círculos eleitorais que abrangem as regiões rurais, que são a maioria, não fazem erguer a sua voz na defesa dos seus eleitores, na defesa da tão apregoada coesão territorial. São muitas das vezes mandados sair do Parlamento, para deixar passar as propostas dos animalistas radicais contra as suas regiões.

Hoje está na moda os dirigentes políticos que vivem em Lisboa apregoarem palavras como: “Conservação da natureza”, “biodiversidade” e “ecossistema”, mas não sabem o seu significado. Os que fazem da agricultura o seu modo de vida, que alimentam os seus animais, que plantam novas florestas, que colocam comida e água onde ela não existe, esses sim: esses não falam, mas são eles o garante da sua conservação, equilíbrio, melhoramento e manutenção.

Chegou o momento de as associações representativas dos sectores agrícola, florestal e pecuário (CAP, Confagri, CNA e AJAP) virem a terreiro sensibilizar os seus associados para estarem alerta, porque o perigo é iminente.

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