Sunderland e Al-Attiyah, dois “repetentes” no topo do Dakar 2022

Para o piloto do Qatar, que se impôs nos automóveis, foi o quarto triunfo na maior competição de todo-o-terreno.

dakar,todooterreno,motores,desporto,arabia-saudita,
Fotogaleria
Sam Sunderland Reuters/HAMAD I MOHAMMED
dakar,todooterreno,motores,desporto,arabia-saudita,
Fotogaleria
Nasser Al-Attiyah EPA/YOAN VALAT

O britânico Sam Sunderland (Gas Gas) e o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota) confirmaram nesta sexta-feira a superioridade que, com maior ou menor expressão e intermitência, foram mostrando ao longo do Dakar 2022 e repetiram, na Arábia Saudita, a conquista da maior prova de todo-o-terreno do mundo.

“Honestamente, sinto mais esta vitória do que a primeira, porque já passaram cinco anos e cinco anos é muito tempo”, resumiu Sunderland, que já tinha festejado em 2017. De resto, o britânico considerou ser “especial” alcançar o triunfo “com duas marcas diferentes”, garantindo que o dia de hoje ficará na sua memória “para sempre”.

Aos 32 anos, Sunderland concluiu as 14 tiradas com o tempo de 38m47m30s, deixando o segundo classificado, o chileno Pablo Quintanilla (Honda), a 3m27s, enquanto o austríaco Mathias Walkner (KTM) foi o terceiro da geral, a 6m47s.

Sunderland admitiu, de resto, que estava muito nervoso antes dos 164 quilómetros cronometrados entre Bisha e Jeddah, que fecharam a 44.ª edição da emblemática corrida. “Fiz um grande trabalho em termos de classificação geral ontem, mas hoje estava muito nervoso. Este ano, os tempos estavam muito próximos. Quando cheguei à etapa e vi a quantidade de navegação que exigia, fiquei muito nervoso”, frisou.

Quanto aos portugueses, tiveram em Joaquim Rodrigues (Hero) o melhor representante, a terminar a prova no 14.º lugar, a 1h15m44s do vencedor. António Maio (Yamaha) conseguiu o 21.º posto, Rui Gonçalves (Sherco) o 24.º, Mário Patrão (Credit Agricola) o 42.º, Alexandre Azinhais (Club Aventura) 69.º, Arcélio Couto (Bianchi Prata) 80.º e Pedro Bianchi Prata (Bianchi Prata) 105.º. O que significa que todos os representantes da comitiva nacional que partiram no primeiro dia conseguiram terminar uma corrida a todos os níveis muitíssimo exigente.

“Estou super-feliz. Foi um excelente Dakar para mim e para a equipa. A mota esteve muito bem e finalmente pudemos lutar pelas posições de topo. A equipa fez um esforço incrível no ano passado para desenvolver a mota. O ponto alto de tudo isto foi a vitória na etapa”, resumiu Joaquim Rodrigues, antes da cerimónia de encerramento, que decorreu no circuito de Fórmula 1 de Jeddah.

“Um Dakar incrível”

Foi lá também que os automóveis se reuniram para a passagem pelo pódio. E quem subiu ao lugar mais alto foi uma espécie de “suspeito do costume”, Nasser Al-Attiyah. A 12.ª e última etapa até foi arrebatada pelo sul-africano Henk Lategan (Toyota), mas a honra maior coube a um piloto já muito experiente — e com repetido sucesso — nestas andanças.

Al-Attiyah gastou 38h33m03s para cumprir as 12 etapas da prova, deixando o francês Sébastien Loeb (BRX) na segunda posição, a 27m46s. “Fizemos um rali fantástico. Sentimos alguns problemas no início e depois não fomos capazes de recuperar essa diferença. Nunca parámos de atacar, por isso não temos arrependimentos”, resumiu o multimcampeão de WRC. Já o saudita Yazeed Al Rajhi (Toyota) foi terceiro classificado, o seu melhor resultado na competição.

“Foi um Dakar incrível para nós. Já não ganhávamos desde 2019”, recordou, por seu lado, Nasser Al-Attiyah, mostrando-se “satisfeito com os regulamentos da nova categoria T1”, reservada aos protótipos. “Tínhamos terminado em segundo desde que viemos para a Arábia Saudita, há dois anos [em 2020], e agora estamos muito satisfeitos por termos alcançado o nosso objectivo”.

Este é o quarto triunfo do piloto do Qatar no Dakar, depois de ter vencido em 2011 (VW), 2015 (Mini) e 2019 (Toyota), empatando nesta contabilidade particular com o finlandês Ari Vatanen. Ainda assim, o francês Stéphane Peterhansel continua a ser o recordista, com seis triunfos em motas e oito nos automóveis.

Para o português Miguel Barbosa (Overdrive), esta foi mais uma experiência aliciante para juntar ao currículo. “Foi um dia tranquilo, 160 quilómetros de especial, muito pó, o intuito era só terminar a especial. Está concluído o Dakar, um Dakar difícil”, resumiu o piloto que já se sagrou por oito vezes campeão nacional de todo-o-terreno.

Neste derradeiro capítulo da corrida, Barbosa terminou na 45.ª posição, o que lhe permitiu encerrar a prestação na Arábia Saudita no 35.º lugar (de um total de 92 pilotos que iniciaram a prova), a 13h28m16s do vencedor, com um total de 31m10s de penalização. Nesse sentido, este acabou por ser o resultado mais modesto do único participante português nesta edição, depois de ter terminado em 21.º em 2005 (164 carros em prova), em 24.º em 2007 (181) e em 12.º em 2010 (140).

Sugerir correcção
Comentar