Os Yard Act e um herói improvável: Mark E. Smith

Um registo mais falado do que cantado, as palavras crípticas e até a sonoridade pós-punk, de métrica rítmica obsessiva: ou de como Mark E. Smith (The Fall) está presente na música actual.

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James Brown

Três anos depois da morte de Mark E. Smith, vocalista e líder de sempre dos The Fall, a sua omnipresença, enquanto referência para as novas bandas britânicas e não só, não deixa de ser surpreendente. Já o havíamos assinalado nestas páginas em 2020, mas desde então a sua sombra não pára de crescer. Iconoclasta, sarcástico, irascível, personificação viva do anti-herói da música popular, foram algumas das ideias que mais se lhe colaram ao longo dos anos. Os últimos tempos, antes da morte, não parecem ter sido fáceis, arrastando-se pelos palcos, caminhando naquele fio invisível entre a queda iminente e a lucidez extrema. Também por isso é surpreendente que, depois da morte, a sua maneira de (não) cantar, num registo mais falado do que trauteado, as palavras crípticas e até a sonoridade pós-punk, de métrica rítmica obsessiva, se tenham tornado influência tão presente na música actual.

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