Veteranos pedem a Isabel II para retirar títulos militares a André

Um dia depois de os advogados do duque de Iorque não terem conseguido persuadir o juiz a arquivar o processo civil de Virginia Giuffre contra o príncipe, o grupo antimonárquico divulgou a carta de veteranos

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As capas dos jornais britânicos no dia a seguir a saber a decisão do juiz EPA/ANDY RAIN

Mais de 150 veteranos assinaram uma carta aberta pedindo que a rainha Isabel II retire os títulos militares ao filho, o príncipe André, pelo relacionamento com o falecido financeiro norte-americano Jeffrey Epstein, anunciou o promotor da campanha, o grupo Republic, que é a favor da abolição da monarquia.

Nesta quinta-feira, um dia depois de os advogados do duque de Iorque não terem conseguido persuadir o juiz do tribunal de Manhattan, Nova Iorque, EUA, a arquivar o processo civil de Virginia Giuffre contra o príncipe, o grupo antimonárquico divulgou a carta de veteranos irritados por André ainda manter cargos militares honorários.

A carta para a monarca de 95 anos pede que esta tome medidas imediatas porque André desrespeitou aos Forças Armadas, que representa, ao ter tido ligações com Epstein, que foi encontrado morto na sua cela da prisão de Manhattan, em 2019. “Estamos particularmente aborrecidos e zangados que o príncipe André continue a ser um membro das Forças Armadas e continue a manter títulos, posições e patentes militares, incluindo a de vice-almirante da Marinha Real”, diz a carta.

“Estamos, portanto, a pedir-lhe que tome medidas imediatas para destituir o príncipe André de todas as suas patentes e títulos militares e, se necessário, que seja dispensado de forma desonrosa”, acrescenta ainda o texto.

Numa decisão tornada pública na quarta-feira, o juiz distrital Lewis Kaplan considera que Virginia Giuffre, actualmente com 38 anos, poderá prosseguir com o caso contra André que, alega a mulher, a agrediu e intencionalmente causou-lhe sofrimento emocional enquanto Epstein a traficava, tinha então 17 anos.

O príncipe de 61 anos, o terceiro filho da rainha, negou as acusações de Virginia Giuffre de que ele a forçou a ter relações sexuais, há mais de duas décadas numa casa em Londres da ex-associada de Epstein Ghislaine Maxwell, ou que abusou dela noutras duas propriedades de Epstein. A semana passada, Ghislaine Maxwell, a socialite britânica, foi considerada culpada pelos jurados.

A decisão do juiz significa que, se nenhum acordo for alcançado pelas partes, André pode ser forçado a depor em julgamento, que poderá começar entre Setembro e Dezembro.

Em 2019, o príncipe foi forçado a renunciar às suas funções públicas, por causa das suas ligações a Epstein e após uma desastrosa entrevista à BBC que André esperava que servisse para limpar o seu nome, mas levou-o ao ridículo e levantou mais dúvidas sobre o processo.

“Independentemente do resultado do processo civil de Virginia Giuffre contra o príncipe André, a sua posição nas Forças Armadas britânicas agora é insustentável”, defendem os veteranos na carta.

O Palácio de Buckingham disse na quarta-feira que não comentar um caso que ainda não foi encerrado.

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