O jogo que acabou duas vezes antes do tempo

O Tunísia-Mali da Taça das Nações Africanas ficou marcado por várias decisões bizarras do árbitro, a maior de todas apitar para o final duas vezes antes dos 90 minutos.

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Sikwaze e Mondher Kebaier, seleccionador da Tunísia Reuters/MOHAMED ABD EL GHANY

Quando um árbitro precisa de escolta para sair ileso do campo nunca é bom sinal. Foi o que aconteceu com Janny Sikazwe, árbitro da Zâmbia, após o Tunisia-Mali a contar para a fase de grupos da Taça das Nações Africanas (CAN) que se está a disputar nos Camarões. Sikazwe tomou várias decisões polémicas durante o jogo (que terminou com vitória do Mali por 1-0), mas nenhuma foi tão bizarra como a de dar o encontro por terminado duas vezes antes de se chegar ao final dos 90 minutos regulamentares.

O jogo teve vários casos, mas Sikazwe, com o auxílio do VAR, pareceu decidir bem, primeiro no penálti favorável ao Mali, por mão na bola de Skhiri aos 47’, que Koné converteu em golo, depois no penálti favorável aos tunisinos, também por uma mão na bola de Djenepo – Mounkoro defendeu o remate de Khazri e manteve os malianos em vantagem. Em ambos os casos, o árbitro zambiano foi aconselhado pelo videoárbitro a rever as imagens.

Os últimos minutos, porém, foram marcados por várias decisões bizarras de Sikazwe. Primeiro, deu o jogo por terminado aos 85’. Todos ficaram incrédulos com a decisão do zambiano, em especial o lado tunisino, que estava a tentar anular a desvantagem.

Logo a seguir, num lance a meio-campo, Sikazwe deu ordem de expulsão a El Bilal Touré, avançado do Reims, por falta sobre Bronn, aos 87’. A falta não parece ser merecedora de vermelho directo e parece ter sido esse o conselho do VAR ao árbitro de campo. Sikazwe ainda foi ver as imagens, mas manteve a decisão.

Com tantas paragens no tempo de jogo era expectável que houvesse muito tempo de compensação, mas Sikwaze voltou a dar o encontro por terminado antes dos 90 minutos, mais precisamente aos 89 minutos e 47 segundos. Os malianos ficaram contentes com a decisão porque estavam a ganhar (mas com menos um), ao contrário dos tunisinos, furiosos porque achavam que ainda tinham tempo de chegar, pelo menos, ao empate.

Imediatamente os tunisinos rodearam o árbitro enquanto apontavam para o relógio, a dizer que ainda tinham tempo, mas o zambiano manteve-se impassível e seguro da sua decisão, rodeado por seguranças enquanto abandonava o relvado.

A história não acabou aqui. Meia hora depois deste final antecipado, a equipa de arbitragem e os jogadores do Mali regressaram ao relvado, aparentemente para jogar o tempo de compensação, mas tal acabou por não acontecer. Os tunisinos recusaram-se a sair do balneário.

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