Sporting não deixou que o jogo tivesse história

“Leões” seguem para as meias-finais da Taça de Portugal após um triunfo em Paços de Ferreira sobre o Leça. Segue-se o vencedor do Vizela-FC Porto.

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Tabata marcou dois golos e fez uma assistência LUSA/ESTELA SILVA

Depois da tempestade nos Açores, nada menos do que tranquilidade quase total para o Sporting, que se qualificou para as meias-finais da Taça de Portugal após um triunfo, por 0-4, em Paços de Ferreira, sobre o Leça. Sem terem sido esmagadores, os “leões” foram sérios e competentes, não dando quaisquer hipóteses ao seu bravo adversário do Campeonato de Portugal de repetir a “gracinha” de eliminar mais uma equipa da I Liga — já tinha afastado da prova Arouca e Gil Vicente. O Sporting irá agora cruzar-se nas “meias” (que se disputam a duas mãos) com o vencedor do Vizela-FC Porto, agendado para quarta-feira, mas de realização incerta devido ao surto de covid-19 na formação minhota.

Com Rúben Amorim de regresso ao banco, o Sporting apresentou-se em Paços de Ferreira com um “onze” muito diferente daquele que perdeu com o Santa Clara há cinco dias. Entre as muitas mudanças, João Virgínia voltou a ocupar a baliza (como tem feito nos jogos das Taças) e regressaram à acção Feddal, Ugarte e Rúben Vinagre. Era uma rotação com duplo objectivo, o de dar descanso a muitos titulares e o de ver em que estado estavam os ausentes de longa duração, sempre com as “armas pesadas” para lançar caso o jogo se tornasse problemático.

E, na verdade, esta visita ao Norte nunca foi problemática para os “leões”. Com toda a boa vontade e alimentado pela esperança de eliminar mais uma equipa de primeira, o Leça não esteve sequer perto de fazer cócegas ao campeão nacional. Luís Pinto, o jovem treinador dos leceiros (apenas 32 anos), teria vontade de contrariar o Sporting e montou uma equipa carregada de gente atrás para retardar ao máximo o golo do seu adversário mais cotado.

O Leça deu bons sinais nos primeiros minutos, mas sem criar uma oportunidade de corpo inteiro. E o Sporting, sem deslumbrar, marcou na primeira oportunidade que teve. Aos 12’, Esgaio deixou a bola em Bruno Tabata e o brasileiro manobrou como quis na área perante Henrique Martins e atirou a contar, sem quaisquer hipóteses para o guarda-redes Gustavo Galil — foi o segundo golo da época para o avançado brasileiro.

Num confronto em que o desequilíbrio de forças é uma evidência, a esperança é aquilo que vai mantendo a equipa teoricamente mais fraca mais ligada ao jogo. Mas o golo sofrido tão cedo diminuiu a crença do Leça. Na mesma medida, o Sporting foi ainda mais autoritário e seguro no jogo, e, aos 31’, fez o 0-2 na segunda oportunidade que teve. Tudo começou numa recuperação de Ugarte, que encaminhou a jogada para Tabata. O brasileiro deixou em Matheus Nunes, que também teve o seu momento de inspiração individual, avançou uns metros com a bola nos pés e marcou.

Quase que se podia dizer que a eliminatória estava resolvida com apenas um terço do tempo cumprido. A fechar a primeira parte, Tabata protagonizou um dos momentos mais espectaculares do jogo e teve a companhia nesse momento do seu compatriota que estava na baliza do Leça — remate vistoso de fora da área e defesa também vistosa de Galil.

Na segunda parte, nada mudou a não ser o marcador, apesar de uma abordagem perigosa do Leça já no último quarto de hora (valeu o corte de Feddal). Aos 80’, Esgaio foi lançado em profundidade, após variação do centro do jogo de Matheus Nunes, e fez o cruzamento perfeito para Tabata, na marca de penálti, assinar o 0-3. E Nuno Santos ainda foi a tempo de deixar marca no jogo, ao apontar o 0-4 já no tempo de compensação após cruzamento de Vinagre, colocando um ponto final num apuramento sem drama para as meias-finais, exactamente aquilo de que o Sporting precisava depois do mau dia nos Açores.

Quanto ao Leça, vai continuar a fazer o seu caminho no Campeonato de Portugal, sempre a pensar num regresso à I Liga, onde já não mora há 24 anos.

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