Cartas ao director

Legislativas 2022: debates

Os debates entre os dirigentes políticos afiguram-se vantajosos, por haver o direito ao contraditório instantâneo. Contudo, há uma enorme desvantagem: o ruído produzido condiciona a informação com o risco de a mensagem não passar de forma esclarecedora como se pretende. Sendo assim, continuará a haver um “candidato” mudo e invisível que dominará todos os debates sem se esforçar nem gastar um cêntimo, com forte probabilidade de conseguir a tal maioria confortável. Uma forma de o enfrentar seria cada partido apresentar o seu programa, nos diversos media, nos sectores cruciais da governação. Os candidatos a deputados deveriam também apresentar o programa para o seu círculo eleitoral em convergência com o programa nacional, assumindo todos um contrato vinculativo e objectivo para com os 10 milhões que têm parte do seu futuro nas mãos dos supostos representantes.

José M. Carvalho, Chaves

A Educação na campanha eleitoral

Já ouvi todos os principais candidatos dos diversos partidos nos debates da campanha eleitoral. Até agora nem um único se referiu à Educação que se encontra em situação crítica neste país, penso que apenas comparável com a Justiça.

As diferentes oportunidades quer face às condições socioeconómicas quer à interioridade, onde em muitos lugares onde a Internet é por ADSL (caso a 40km do Porto) enquanto alguns grandes centros já estão no 5G, leva a tenhamos uma escola disfuncional que não cumpre o papel de ser equilizadora social e que salvo raras excepções é inibidora de evolução e elevação social ao longo da vida e como tal geradora de diferentes oportunidades de empregos de maior qualidade. A estes factores acresce ainda os problemas com os professores e as suas carreiras. Embora sendo um problema há muito conhecido pelos diferentes Ministérios de Educação, a falta de professores que cada ano se agrava mais devido à idade da grande parte do corpo docente e ao desinteresse que leva a que muitos, com habilitação profissional adequada, abandonem a docência na primeira oportunidade de novo emprego, como refere Carlos Ceia (PÚBLICO de 4 de Janeiro), e da falta de novos candidatos a uma profissão cada vez com menor sentido de realização profissional.

António Barbosa, Porto

"Advogado do diabo"

A dificuldade em conseguir uma solução entre o direito voto e as medidas sanitárias aí está. Difícil de encontrar, bem sei. Mas também interpeladora de conceitos que agora carregam de cefaleias as cabeças dos axiomáticos que, para não perderem a face das suas anteriores certezas, vão “chutando para o lado” uma decisão que todos não querem assumir. Sinal dos tempos. Dos da pandemia e dos “outros”. Dos últimos vem-me logo à cabeça o célebre “a ética é a lei” dos republicanos que devem “andar às aranhas”. Mas não só, também os eticistas e profissionais da saúde que vêem ir por água abaixo a lei da autonomia dos adolescentes com mais de 14 anos que dá voz a estes para decidir sobre se querem ou não serem sujeitos a práticas médicas... incluindo a vacinação, como o fazem os adultos que dizem não àquela. Nem tudo é fácil, sei-o bem, mas pensar para que as leis não sejam executadas à la carte poderá ser um bom ensinamento para alguns “especialistas eruditos” que agora devem dormir mal ou, quem sabe, até poderão dizer - espero que não - “é o lado para que durmo melhor”.

Fernando Cardoso Rodrigues, Porto

A palavra do ano 2021

Saiu da cartola pandémica a palavra do ano 2021 em Portugal: vacina.
De facto, se não houvesse vacina, mesmo tendo em conta o avanço científico a todos os níveis, principalmente no campo laboratorial da medicina, a mortalidade provocada pela covid-19 seria muitíssimo mais elevada. Basta atentarmos para os actuais internados, dos quais, 90% não tinham sido vacinados.
José Amaral, Vila Nova de Gaia

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