Covid-19: reposição de peça O Balcão no Teatro Nacional São João adiada para dia 12

O isolamento profiláctico de um membro do elenco levou ao adiamento, anunciou esta quinta-feira a instituição.

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A reposição da peça O Balcão, de Jean Genet, no Teatro Nacional São João, no Porto, foi adiada Paulo Pimenta

A reposição da peça O Balcão, de Jean Genet, no Teatro Nacional São João, no Porto, foi adiada, de sexta-feira para dia 12, devido ao isolamento profiláctico de um membro do elenco, anunciou esta quinta-feira a instituição.

Desta forma, o espectáculo encenado por Nuno Cardoso passa a estar em cena entre dias 12 e 23 de Janeiro, podendo os espectadores com bilhete para os dias 7, 8 e 9 contactar o teatro para efectuar uma troca ou pedir o reembolso do dinheiro.

Estreada em Novembro de 2020, esta tradução do texto de Genet de 1955 por Regina Guimarães tem na interpretação Afonso Santos, Ana Brandão, António Afonso Parra, Joana Carvalho, João Melo, Margarida Carvalho, Maria Leite, Mário Santos, Rodrigo Santos e Sérgio Sá Cunha.

Numa conversa entre Regina Guimarães e Nuno Cardoso disponível no manual de leitura da peça, o também director artístico do São João afirmou: “Quando escolhi O Balcão, o que me atraía, e que ainda me atrai, obviamente, era a ponte que eu estabelecia, no contexto em que estávamos, com a ideia de ‘fake news' e de uma realidade recriada à medida do poder ou à medida de quem se serve dela”.

“Mas todos os sintomas que eu sentia e que me levaram a escolher O Balcão foram exacerbados com a pandemia. O negacionismo, as teorias da conspiração, a invenção de uma realidade paralela e a sua imposição pela força, o ressurgimento do discurso dos homens-fortes, os vícios privados, que são acicatados, a absoluta falta de solidariedade e o jogo que ela pressupõe, às vezes também disfarçado de solidariedade, o gorar das expectativas, tudo isso se tornou muito sublinhado”, disse o encenador.

O Balcão, a obra “mais ambígua e mais terrível” de Genet, segundo a sinopse publicada pelo teatro nacional, “joga-se no interior de um bordel de luxo, espaço confinado, asséptico e hipervigiado, atravessado por ecos de uma revolução em curso”.

A peça significa o encerrar de uma trilogia para Nuno Cardoso, aberta com A Morte de Danton, de Büchner, e seguida por Castro, de António Ferreira.

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