Incêndio no Parlamento sul-africano contido depois de dois dias

Chamas destruíram por completo a câmara baixa da Assembleia Nacional. Juiz declara prisão preventiva do suspeito de atear o incêndio.

Foto
Zandile Christmas Mafe, suspeito de ter ateado o fogo, reclama a sua inocência SUMAYA HISHAM/Reuters

As autoridades sul-africanas anunciaram esta terça-feira que conseguiram finalmente conter o incêndio no Parlamento que deflagrou no domingo e terá tido origem criminal. As chamas destruíram por completo a câmara baixa da Assembleia Nacional, na Cidade do Cabo.

“Vai ser precisa muita reabilitação para voltar a ter o que estava”, disse o chefe dos bombeiros da Cidade do Cabo, Ian Schnetler, citado pela Reuters. A Assembleia Nacional, na nova ala do Parlamento foi “completamente destruída”.

Zandile Christmas Mafe, detido logo no domingo por suspeita de estar envolvido no incêndio, foi apresentado ao juiz esta terça-feira e acusado de cinco crimes, incluindo fogo posto e posse de um dispositivo explosivo. O advogado afirma que o seu cliente se declarou inocente de todas as acusações.

“As equipas estão agora a avançar pelo labirinto do edifício, divisão a divisão, tentando encontrar [pontos quentes] e extingui-los”, diz o comunicado da câmara da cidade. “Será um longo processo, porque há divisões em que é preciso retirar a madeira do interior de forma a encontrar pontos quentes escondidos.”

As autoridades haviam retirado alguns dos carros de bombeiros do local na segunda-feira, acreditando que o fogo estava controlado, mas houve um reacendimento que provocou ainda mais danos na nova ala.

O incêndio também levou ao desmoronamento parcial do telhado da velha ala, que data de 1884, onde está situada a câmara alta, o Conselho Nacional das Províncias. Mas as autoridades dizem que os bombeiros conseguiram salvar partes importantes do complexo, incluindo o museu com importantes obras de arte e objectos históricos.

O juiz Zamekile Mbalo decretou a prisão preventiva de Mafe até à audiência para decidir a fiança, marcada para 11 de Janeiro. O Ministério Público já fez saber que se irão opor à libertação sob fiança.

“O meu cliente nega e rejeita estas acusações e, como tal, irá declarar-se inocente e continuará a declarar-se inocente”, disse o advogado de Mafe, Luvuyo Godla, à saída do tribunal.

Sugerir correcção
Comentar