Chaves prevê poupar 2,3 milhões de euros em perdas de água

O projecto de “Eficiência Hídrica com Remuneração por Desempenho” entre a Câmara de Chaves e a Indaqua, deverá multiplicar a poupança da autarquia após o fim do contrato com a empresa, em 2026.

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Indaqua pretende atingir uma poupança de 1,4 mil milhões de litros de água em Chaves Paulo Pimenta

O município de Chaves está a implementar um projecto de eficiência hídrica que prevê reduzir as perdas de água na rede de abastecimento do concelho e poupar, em cinco anos, 2,3 milhões de euros, foi anunciado esta terça-feira.

O projecto de “Eficiência Hídrica com Remuneração por Desempenho” visa reduzir as perdas de água ao longo das redes de abastecimento do concelho e resulta de uma parceria entre a Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, e a Indaqua, uma empresa de gestão de sistemas de água e saneamento.

A autarquia explicou, em comunicado, que se pretende “alcançar uma redução para cerca de metade dos seus valores actuais, num prazo de cinco anos, representando uma poupança para o erário municipal de 2,3 milhões de euros”.

Também em comunicado, a empresa aponta para uma poupança de “1,4 mil milhões de litros de água” nesse período.

A Indaqua referiu que estes resultados “multiplicar-se-ão para lá do final do contrato, em 2026, pois a parceria estabelecida pressupõe a capacitação da entidade contratante, neste caso, a autarquia de Chaves, para continuar a aplicar, no futuro, os métodos que permitem a redução de perdas, gerando poupanças anuais avultadas”.

De acordo com as duas entidades, para alcançar as metas traçadas, a empresa vai avaliar “a necessidade de reabilitação de infra-estruturas, actuar na sensorização das redes de água e na implementação de ferramentas de inteligência artificial que vão analisar os dados aí recolhidos e apoiar na rápida actuação no terreno na eliminação de fugas ao longo dos 495 quilómetros de redes de água do concelho”.

Será ainda “reduzida a pressão em zonas críticas, de forma a diminuir o número de roturas e os gastos associados à resolução das mesmas”.

“Já ao nível comercial, será feita a detecção e eliminação de consumos e ligações ilícitas e ainda avaliada a renovação do parque de contadores, para tornar mais eficiente a medição e facturação do serviço prestado aos clientes”, acrescentaram.

Este projecto está incluído numa estratégia de eficiência hídrica, iniciada em 2018 pela Câmara de Chaves com o objectivo de reduzir as perdas de água ao longo das redes de abastecimento do concelho.

O município referiu que para além do benefício ambiental, esta acção permitiu uma “redução real das perdas na ordem dos 19,5%, nos últimos quatro anos” e representa um “investimento municipal de cerca de um milhão e meio de euros”.

Segundo o relatório elaborado pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), em 2018, o município de Chaves situava-se como o terceiro município do país com maior desperdício de água.

Nesse ano, pelas contas do regulador, o valor do desperdício andava na ordem dos 70%, representando, assim, um forte impacto financeiro negativo para os cofres municipais.

Segundo referiu a Indaqua, em Portugal, as perdas de água nas redes de abastecimento (medidas pelo indicador “Água Não Facturada") mantêm-se próximas dos 30% há nove anos, muito acima dos 20% recomendados pelo regulador do sector (ERSAR).

A empresa disse ainda que, em 2020, alcançou “perdas médias de apenas 13,9%, no conjunto dos sete municípios” em que detinha concessões municipais de água (Fafe, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde).

A Indaqua possui uma equipa de 550 colaboradores.

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