Mais de 80% das empresas de alojamento e restauração tiveram cancelamentos no Natal e Ano Novo

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) pede novos apoios a fundo perdido para salvar a tesouraria das empresas.

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Metade das empresas não conseguiu acumular reservas financeiras nos meses de Verão Paulo Pimenta

As medidas restritivas aplicadas durante o Natal e o Ano Novo resultaram em cancelamentos em mais de 80% das empresas de alojamento e restauração, anunciou hoje a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que pede mais apoios.

“Segundo os resultados do mais recente inquérito da AHRESP sobre o Natal e o Fim de Ano, as recentes restrições levaram a que mais de 80% das empresas tenham sofrido o impacto dos cancelamentos”, refere a associação em comunicado divulgado nesta terça-feira.

De acordo com a AHRESP, a obrigatoriedade de apresentação de certificado digital de vacinação para restauração e alojamento e testes para bares e discotecas levou ao cancelamento de reservas em 88% dos estabelecimentos, enquanto 83% das empresas de alojamento turístico registaram cancelamentos.

“No total desta época de Natal e Fim de Ano, 47% das empresas de restauração e 42% do alojamento registaram cancelamentos em mais de metade das reservas que tinham confirmadas”, acrescenta a AHRESP.

O inquérito da AHRESP acrescenta ainda que no sector da restauração e bebidas 20% das empresas registaram quebras de facturação superiores a 50% em Dezembro face ao mesmo mês de 2020.

O documento aponta ainda que 47% das empresas admitiram não ter conseguido acumular reservas financeiras nos meses de Verão e que 44% conseguiram, “mas já tiveram de as utilizar”.

“O elevado nível de cancelamentos numa época tradicionalmente conhecida como balão de oxigénio para as empresas, com consequências graves para a estabilidade dos negócios, que se vêem sem clientes e sem trabalhadores, são motivos mais do que suficientes para que haja novos apoios a fundo perdido para a tesouraria das empresas”, reivindica a AHRESP.

A associação antecipa ainda que as subidas de preços em várias áreas previstas para este ano “terão enorme impacto nos negócios” deste sector, pedindo novamente, “já em Janeiro de 2022, o reforço dos apoios a fundo perdido, de forma a compensar as perdas e para que se mantenham os negócios e os respectivos postos de trabalho”.

A covid-19 provocou 5.441.446 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde Março de 2020 morreram 19.000 pessoas e foram contabilizados 1.434.570 casos de infecção, segundo os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde.

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