Jornal israelita alvo de ataque informático no aniversário do assassínio do general iraniano Soleimani

Site do Jerusalem Post exibiu imagem com uma ameaça de ataque nuclear e uma aparente referência ao comandante iraniano assassinado em 2020 pelos EUA.

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Qassem Soleimani foi assassinado pelos EUA no dia 3 de Janeiro de 2020 Thaier Al-Sudani/Reuters

O jornal israelita The Jerusalem Post foi alvo de um ataque informático nesta segunda-feira, que aparentou tratar-se de uma ameaça ao Estado de Israel promovida por hackers pró-Irão.

O site do jornal exibiu durante algum tempo uma imagem com referências ao poderoso general iraniano Qassem Soleimani, assassinado há precisamente dois anos por um drone norte-americano, e ameaças de um ataque nuclear.

No final de Dezembro, um antigo chefe dos serviços de Informação de Israel tinha admitido publicamente que o país esteve envolvido no ataque a Soleimani.

A ilustração mostrava uma mão decorada com um anel vermelho – uma das imagens de marca de Soleimani –, de onde era disparado um míssil. Mostrava ainda um edifício a implodir e apresentava a seguinte mensagem escrita: “Estamos perto de vocês onde vocês não fazem ideia”.

Segundo a Associated Press, o edifício representado na imagem tem semelhanças com o Centro de Investigação Nuclear de Neguev, perto da cidade israelita de Dimona.

“Estamos atentos ao aparente ataque informático ao nosso website, bem como à ameaça directa a Israel”, escreveu o Jerusalem Post na sua conta oficial de Twitter.

Qassem Soleimani era uma figura altamente influente no Irão e o seu assassínio, a 3 de Janeiro de 2020, aos 62 anos, provocou enorme comoção popular no país.

Comandante da Força al-Quds, unidade de elite dos Guardas da Revolução, e um dos homens fortes do ayatollah Ali Khamenei, foi o grande estratego da política externa iraniana no Médio Oriente, com envolvimento decisivo no apoio e coordenação das milícias xiitas em países como o Iraque, a Síria ou o Líbano.

Soleimani representava um símbolo da resistência iraniana aos Estados Unidos, a Israel, à Arábia Saudita e ao grupo terrorista Daesh e foi fundamental, por exemplo, para a sobrevivência do regime de Bashar al-Assad, na Síria, durante a guerra civil.

O general foi morto num ataque aéreo norte-americano junto ao aeroporto de Bagdad, no Iraque, promovido pela Administração Trump.

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