Bandeira da União Europeia retirada do Arco do Triunfo, em Paris

Governo francês garante que a decisão não foi motivada pelas críticas de Marine Le Pen, para quem a bandeira europeia deixava a bandeira de França em segundo plano. Líder da extrema-direita francesa congratula-se com “vitória patriótica”.

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Marine Le Pen disse que a retirada da bandeira foi "uma vitória patriótica" Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Uma bandeira da União Europeia, colocada no Arco do Triunfo, em Paris, para assinalar o início dos seis meses da presidência francesa do Conselho da União Europeia, foi retirada, este domingo, após pressões de Marine Le Pen e de outras figuras da extrema-direita francesa.

O secretário de Estado francês dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, disse que a bandeira foi retirada na data que estava planeada, depois de, na sexta-feira, ter referido que iria ficar no Arco do Triunfo “durante vários dias”.

“Estava agendado que seria retirada este domingo, nós não tínhamos estabelecido uma data exacta”, disse Beaune à rádio France Inter.

O ministro negou que o Governo francês tenha cedido à pressão de Marine Le Pen, que, no sábado, afirmou que ia pedir ao Conselho de Estado que mandasse retirar a bandeira europeia do Arco do Triunfo.

“O Governo foi forçado a tirar a bandeira da União Europeia do Arco do Triunfo, o que é uma vitória patriótica logo no início de 2022”, disse Le Pen, citada pela agência Reuters.

“Não recuámos, e não houve nenhuma mudança de planos”, disse, por seu lado, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus. “Eu assumo, sem reservas, que o destino de França está na Europa.”

Beaune disse também que Le Pen e outros líderes da extrema-direita e da direita conservadora não têm razão quando dizem que a bandeira de França foi secundarizada, já que a bandeira nacional não está no Arco do Triunfo de forma permanente.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, que ainda não confirmou se vai concorrer à sua reeleição, em Abril, derrotou Le Pen na segunda volta da eleição de 2017, com 66% contra 34%.

A maioria das sondagens indica que Macron e Le Pen são novamente os favoritos a passar à segunda volta, nas eleições presidenciais de Abril, com Macron a liderar as projecções para a vitória final com uma margem inferior à de 2017.

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