Vachier-Lagrave é o novo campeão mundial de partidas-relâmpago

Francês venceu Jan-Krzysztof Duda no desempate, em Varsóvia, onde Magnus Carlsen teve uma prestação muito modesta.

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Vachier-Lagrave surpreendeu a concorrência em Varsóvia EPA/LESZEK SZYMANSKI

O francês Maxime Vachier-Lagrave sagrou-se campeão mundial de xadrez na variante de ritmo de reflexão mais curto, ao vencer, no desempate, o polaco Jan-Krzysztof Duda, depois de ambos terem terminado as 21 jornadas, realizadas na capital polaca, Varsóvia, com um total de 15 pontos.

Alireza Firouzja totalizou os mesmos 15 pontos, mas ficou de fora da discussão do título ao dispor do pior coeficiente segundo as regras em vigor.

Neste ritmo alucinante, em que cada jogador dispõe apenas de três minutos de reflexão para toda a partida, com dois segundos de acréscimo por lance efectuado, os erros são frequentes. No entanto, nas duas partidas do “tie-break”, a qualidade do xadrez praticado foi excelente, não muito abaixo da observada nas partidas clássicas.

Na primeira, com Lagrave de brancas, o equilíbrio nunca foi quebrado, acordando-se o empate ao 38.º lance, situação idêntica à que ocorreu na partida seguinte. A partir dessa altura, o primeiro a alcançar uma vitória seria o novo campeão e, logo na terceira partida, Lagrave conseguiu vantagem, ganhando um peão e explorando com precisão a vantagem material até à resignação de Duda, ao 45.º lance.

Lagrave sucede, assim, a Carlsen, que esteve irreconhecível, terminando num modesto 12.º lugar e nunca tendo possibilidades de entrar na discussão do título - somou 13,5 pontos e sofreu seis derrotas ao longo da prova, algo de que não há memória no currículo do campeão norueguês. Um desempenho muito abaixo do que lhe é habitual, provavelmente reflexo da frustração causada pela perda do título de semi-rápidas, em que terminou com os mesmos pontos dos dois finalistas, Abdusattorov e Nepomniachtchi, mas ficando excluído da discussão do título.

Em entrevista à televisão norueguesa, Carlsen considerou que as regras actuais eram “estúpidas”, mas admitiu que as conhecia e tinha de aceitar o resultado, penalizando-se a si próprio por não ter usado a sua influência para ter alterado os critérios em vigor, para uma situação mais justa. O norueguês perdeu assim a tripla coroa, mantendo apenas o título clássico, e tendo agora como grande objectivo ultrapassar a barreira dos 2900 pontos do ranking clássico.

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