“Escalada da violência” na Birmânia leva UE a ameaçar com novas sanções ao regime militar

Borrell condena ataque contra civis e trabalhadores humanitários em Kayah e pede à comunidade internacional para travar o fornecimento de armas à Junta birmanesa.

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Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE, denunciou "horrível violência" da Junta Militar JOHANNA GERON/Reuters

A União Europeia está preparada para impor novas sanções à Birmânia após nova escalada de violência, perpetrada pelo Exército, ao mesmo tempo que apela a um embargo internacional ao fornecimento de armamento ao país, disse esta quinta-feira Josep Borrell, Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE.

De acordo com as organizações humanitárias que operam no terreno, mais de 30 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram assassinadas e os seus corpos foram queimados pelo Exército, na semana passada, numa aldeia no estado de Kayah.

A organização humanitária Save the Children revelou ainda que, entre os mortos do ataque, contam-se dois trabalhadores seus.

A Junta Militar – que liderou um golpe contra o Governo, em Fevereiro, e que tomou o controlo do país asiático – esclareceu que atingiu e matou um número indeterminado de “terroristas armados” da aldeia, depois de estes se terem recusado a parar num posto de controlo.

“Face à escalada de violência na Birmânia, é necessária uma maior acção preventiva internacional, incluindo um embargo ao armamento”, defendeu Borrell, num comunicado.

“A UE também está preparada para impor sanções adicionais ao regime militar”, acrescentou o chefe da diplomacia europeia.

Os 27 já impuseram sanções direccionadas ao Exército, aos seus líderes e a outras entidades birmanesas. Os apoios financeiros da UE ao Governo birmanês foram suspensos e todo o tipo de assistência que poderia ser entendido como legitimador da Junta foi congelado.

“A horrível violência perpetrada pelo regime militar no estado de Kayah no dia 24 de Dezembro – assassinando e incinerando mais de 35 pessoas, incluindo mulheres e crianças, bem como trabalhadores humanitários – enfatiza a necessidade urgente de responsabilizarmos os culpados”, afirmou Borrell.

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