Britney Spears não quer voltar tão cedo aos palcos: “É a minha maneira de dizer ‘vão-se lixar’”

“As pessoas não fazem ideia do que me foi feito e, depois de tudo o que passei, tenho medo das pessoas e do negócio”, escreveu a artista de 39 anos, numa publicação nas redes sociais.

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Britney Spears em 2016, na cerimónia dos prémios Billboard, em Las Vegas Reuters/MARIO ANZUONI

Quase dois meses depois de ter recuperado o direito à autodeterminação, Britney Spears avisou os fãs de que ainda não está pronta para voltar ao mundo da música.

Ao longo de 13 anos, foi o pai, Jamie Spears, a controlar a vida pessoal e profissional da cantora, o que, confessa agora, numa publicação nas redes sociais, a traumatizou e deixou com medo da indústria. “As pessoas não fazem ideia do que me foi feito e, depois de tudo o que passei, tenho medo das pessoas e do negócio”, escreveu, esta terça-feira, 28 de Dezembro.

O texto publicado por Britney Spears poderia facilmente passar despercebido, já que faz parte de uma publicação onde a artista partilhou uma série de imagens sobre o poder da oração e da fé. “Quando acordares, reza. Quando a vida se tornar difícil, reza. Quando te sentires inseguro, reza. Quando estiveres feliz, reza. Deus está sempre connosco”, pode ler-se no Instagram. E é precisamente sobre esse tema que a cantora de Toxic inicia o texto. Deus foi, durante o período em que o pai controlava a sua vida, e é, ainda agora, uma forma de sentir que não está “sozinha”.

A fé, relata, ajudou-a nas mais variadas provações. Durante os 13 anos da tutela, Britney diz ter pedido para cantar novas canções ou, pelo menos, novas versões das suas canções antigas, mas tal nunca foi autorizado pelo pai. “Estava tudo planeado para me fazer fracassar”, acredita a cantora.

Durante vários anos, a situação esteve camuflada, uma vez que a artista continuava a esgotar concertos. Mas, ainda que a sua carreira continuasse de vento em popa e a render milhões, segundo documentos apresentado em tribunal, Britney só tinha direito a uma semanada de cerca de dois mil dólares (1770€). Foi graças aos fãs da cantora com o movimento #FreeBritney e ao documentário Framing Britney Spears, do New York Times que o caso chegou à esfera mediática​

Em Outubro de 2018, Britney Spears actuou ao vivo pela última vez, tendo entretanto garantido que tal não voltará a acontecer tão cedo. “Suponho que possa parecer estranho para a maioria das pessoas que não queira fazer mais música…”, escreveu. “Não fazer mais música é a minha maneira de dizer ‘vão-se lixar'”, acrescentou.

Britney Spears acabou por sair vencedora de uma longa batalha judicial, depois de, no dia 12 de Novembro, a juíza Brenda Perry, do Tribunal Superior do condado de Los Angeles, ter deliberado a seu favor, considerando que o enquadramento legal a que a artista estava sujeita já não era necessário.​

Spears falou pela primeira vez em tribunal em Junho, pedindo o fim da tutela a que estava sujeita, que descreveu como “estúpida” e “abusiva”. Em Setembro, Jamie Spears foi afastado também do papel de curador, na sequência de a filha o ter acusado de abuso.

Britney aproveitou, ainda, a publicação para traçar os objectivos para 2022, ano ao longo do qual diz querer “superar-se um pouco mais e fazer coisas que a assustam, mas não demasiado”. Recentemente, na mesma rede social, a princesa da pop prometeu tornar-se uma voz activa para todos os que perdem o direito à autodeterminação e confessou entusiasmo por retomar actividades simples do dia-a-dia, como conduzir o seu carro ou, até, levantar dinheiro numa caixa automática.

E em breve, deverá estar a caminho do altar —​ em Setembro, ficou noiva do actor Sam Asghari. Os dois conheceram-se em 2016 e a cantora já tinha confessado, em tribunal, que estava desejosa de voltar a casar e ser mãe. Durante o período da tutela, Spears tinha, contra a sua vontade, um implante contraceptivo​. Aos 39 anos, a artista é mãe de Sean, de 15, e Jayden, de 12 anos, ambos filhos do bailarino e rapper Kevin Federline, sob os quais tem apenas 30% da custódia.

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