Estátua de Ronaldo em Goa gera polémica colonialista

Em 2021 celebra-se o 60.º aniversário da tomada de Goa pelas tropas indianas. Esta efeméride justificou descontentamento, com um momento considerado desrespeitoso para com o povo goês.

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Michael Lobo/Twitter

Uma estátua para inspirar os mais jovens tornou-se numa polémica de contornos coloniais. É este o resumo da confusão instalada em Goa, na Índia, com uma representação de Cristiano Ronaldo erguida na antiga colónia portuguesa.

A estátua, com mais de 400 quilos, tinha, em tese, uma função meramente inspiradora, mas em 2021 celebra-se o 60.º aniversário da tomada de Goa pelas tropas indianas. Esta efeméride relativa ao passado colonial português justificou a ira de algumas pessoas na Índia, por considerarem um timing desrespeitoso para com o povo goês – cuja libertação de Portugal só surgiu 14 anos depois de o resto da Índia se ter afastado da influência britânica.

Segundo a BBC, além de protestos de activistas, houve mesmo habitantes locais a agitarem bandeiras negras durante a inauguração do monumento, em protesto perante a escolha do momento.

Aquilo que seria uma infeliz coincidência com a data ganhou contornos maiores, tendo já havido reacção do Governo goês. Michael Lobo, ministro do Governo de Goa, explicou que a estátua “pretende inspirar os jovens”. “Se queremos elevar o futebol a outro nível, isto [Ronaldo] é o que rapazes e raparigas devem seguir”, acrescentou, à Asian News International.

Defendendo que o Governo deve criar condições para o futebol se desenvolver, apontou que a estátua “é apenas para inspiração”. E criticou os contestatários. “Há quem se tenha oposto à estátua e penso que essas pessoas não gostam de futebol e não o consideram uma religião. O futebol é um jogo em que todos são iguais, independentemente da raça, cor ou religião. Ainda assim, essas pessoas opõem-se com bandeiras pretas…”.

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