Portugal deve atingir 37 mil casos de infecção na primeira semana de Janeiro, diz Marta Temido

Números desta segunda-feira deviam ter sido atingidos apenas no dia 29, quinta-feira, mas a evolução está a ser mais rápida do que tinha sido calculado.

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Ministra admitiu que linha SNS 24 está a ser alvo de maior pressão LUSA/MÁRIO CRUZ

A ministra da Saúde adiantou que Portugal deve atingir 37 mil novos casos de infecção por SARS-CoV-2 na primeira semana de Janeiro, depois de nesta segunda-feira ter sido ultrapassada a barreira dos 17 mil casos, o valor mais elevado até à data. São as estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e da Direcção-Geral da Saúde — que nesta semana estão a ser ultrapassadas pela realidade, devido à elevada transmissibilidade da variante Ómicron. Os números desta segunda-feira deviam ter sido atingidos apenas na quarta-feira, de acordo com as projecções, mas a evolução está a ser mais rápida do que tinha sido calculado, assumiu Marta Temido, em entrevista à SIC Notícias.

Este é o resultado do impacto previsível da variante Ómicron, que Marta Temido descreveu como “um arranha-céus, uma parede de casos, como tem acontecido noutros sistemas de saúde”. Os novos casos estão a duplicar a uma média de cerca de oito dias, especificou.

O anterior recorde de infecções tinha sido atingido em 28 de Janeiro deste ano — 16.432 novos casos —, no pico da até agora maior vaga da epidemia de covid-19 em Portugal.

Mais pressão na linha SNS24

“Podemos ultrapassar os recordes que já tivemos até agora, porque é uma característica desta variante”, reconheceu mais tarde Marta Temido em entrevista à RTP3. Mas frisou que, se “os cenários e as estimativas dos peritos que nos apoiam estão a confirmar-se em termos de transmissibilidade”, falta ainda perceber qual o impacto desta maior transmissão em termos de gravidade da doença e de “escape imunitário”.

Apesar de os internamentos hospitalares estarem a aumentar — na segunda-feira havia 936 doentes internados, 152 dos quais nos cuidados intensivos —, ainda estão longe dos valores críticos definidos para a monitorização das linhas vermelhas.

Com o aumento das infecções, vai registar-se uma ainda maior pressão sobre a linha SNS 24, sobre a testagem e sobre os inquéritos epidemiológicos, áreas em que há já grandes dificuldades, mas que estão a ser reforçadas, garantiu a ministra. E deu um exemplo: “Ainda ontem foi promulgada pelo Presidente da República uma medida legislativa aprovada pelo Conselho de Ministros na última semana, que permite a contratação de rastreadores adicionais.”

Marta Temido mostrou-se também preocupada com o possível afluxo aos serviços de urgência, também já agora muito pressionados, reconhecendo que se poderá registar uma “conjugação muito complicada por estes dias”.

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